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Grileiros do DF usavam “laranjas” para falsificar documentos

Quadrilha alvo de operação faturou R$ 4 milhões com venda de lotes, em região do Gama povoado de empreendimentos de alto padrão

atualizado

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Grileiros presos pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na Operação Dubai, na manhã desta terça-feira (03/03), venderam de forma ilegal mais de 20 lotes de um condomínio localizado em Ponte Alta, no Gama. A ação policial foi deflagrada pela Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema).

A ação tem como objetivo desarticular a quadrilha especializada na grilagem de terras, que lucrou cerca de R$ 4 milhões com os negócios. Os criminosos agiam na região do Gama. Policiais cumprem 11 mandados judiciais — quatro de prisão temporária e sete de busca e apreensão.

Confira imagens do local:

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Demolição em condomínio irregular em Ponte Alta do Gama

PCDF/Divulgação
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Como parte do processo, os responsáveis usavam “laranjas” para obter documentos em cartórios do Entorno do DF. Também recebiam o dinheiro em contas de empresas desativadas — o que constitui lavagem de dinheiro.

De acordo com as investigações, o terreno foi dividido em 40 lotes. Cada um era vendido, em média, a R$ 100 mil cada. Em toda a região, segundo os policiais, diversos condomínios de alto padrão estão sendo erguidos.

Segundo a delegada-adjunta da Dema, Mariana Almeida, a polícia passou a investigar o caso após vizinhos denunciarem o parcelamento no espaço do Condomínio Dubai, terreno pertencente à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). “O DF Legal foi ao local e derrubou. Mesmo assim, eles edificaram novamente um muro”, contou.

Entre os quatro grileiros detidos nesta manhã está um dos maiores corretores de imóveis da região do Gama. Ele fora indiciado no meio do ano passado por parcelamento de lotes também em Ponte Alta, mas não chegou a ser preso.

Infraestrutura

Além dos responsáveis pelo parcelamento e venda dos terrenos, as pessoas que compraram os lotes acabaram indiciadas. “Assim que compraram, eles se uniram em uma associação de moradores para colocação de infraestrutura. Começaram o calçamento de uma rua, colocaram caixa d’água, rede de cabeamento de energia e distribuição de água entre os lotes”, apontou a delegada.

“A propriedade no Brasil se comprova com escritura. Então, é muito difícil uma pessoa comprar uma coisa sem comprovação nenhuma e não estar agindo de má-fé”, acrescentou Mariana Almeida, que atuou também no dia 12 de fevereiro em operação contra grileiros que vendiam lotes por até R$ 2 milhões no Lago Norte.

Ao vender os lotes, os grileiros recebiam as quantias em contas de empresas que estão desativadas. “Isso é caracterizado como lavagem de dinheiro”, disse a delegada.

Os envolvidos ainda chegaram a usar “laranjas” para falsificar documentos em cartórios do Entorno. “Falsificavam Cessões de Direitos, que são papéis sem valor algum, mas eles acreditam que poderia comprovar algo”, explicou.

Ao lado do terreno, o Condomínio Esmeralda já foi alvo de operação parecida no ano passado. As pessoas presas à época por terem vendido os lotes, porém, não são as mesmas quatro presas temporariamente nesta manhã. “Mas investigamos se os que venderam a área, antes do loteamento, são essas de hoje.”

Os compradores foram indiciados pelo parcelamento irregular do solo. Já os grileiros responderão por associação criminosa, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.

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