Greve: veja como a sua vida será afetada nesta segunda-feira (28/5)
Apesar das rodovias que dão acesso ao DF terem sido desobstruídas, os reflexos do desabastecimento continuam castigando o brasiliense
atualizado
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O acordo firmado pelo governo federal com algumas associações representativas dos caminhoneiros ainda não surtiu os efeitos desejados. Apesar de todas as rodovias que dão acesso ao Distrito Federal terem sido desobstruídas, os reflexos do desabastecimento continuam castigando o brasiliense na manhã desta segunda-feira (28/5).
Pelo segundo dia útil consecutivo, os 460 mil alunos das 673 escolas públicas do DF ficarão sem aulas. Outros serviços também estão prejudicados, especialmente na saúde, com suspensão de cirurgias eletivas e consultas. Unidades básicas não abrirão as portas, mas serviços de urgência e emergência funcionam normalmente.No caso das escolas privadas, as aulas estão mantidas. Alguns colégios divulgaram comunicados aos pais informando a manutenção das atividades, mas ressaltaram que os alunos que não conseguirem comparecer não sofrerão nenhuma penalidade, nem perda de conteúdo pedagógico.
Entre as instituições de Ensino Superior, apenas o UniCeub e a Universidade de Brasília (UnB) mantiveram as aulas nesta segunda (28).
O transporte das crianças, porém, pode ser uma preocupação para os pais com filhos em escolas particulares. Mesmo com a liberação dos caminhões-tanque retidos nas estradas e na distribuidora do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), a normalização dos serviços tem ocorrido de forma lenta e há promessa de novo bloqueio.
No grupo de WhatsApp dos manifestantes, ao qual o Metrópoles teve acesso, uma motorista de van escolar convoca toda a categoria para voltar à porta da distribuidora a partir das 8h. “Eu queria pedir a vocês para nos ajudarem amanhã, no SIA. Nós vamos dormir lá, vamos acampar. Precisamos ter no mínimo 3 mil pessoas para dar certo. Você que não tem aula na rede pública, ou você que vai rodar, não vamos conseguir nada sem a ajuda de vocês”, disse a motorista aos outros membros do grupo.
Transporte público
Os ônibus rodam normalmente nesta segunda (28). Com apoio da Polícia Militar, as empresas conseguiram garantir o estoque até o fim de terça-feira (29).
Prevendo o aumento da demanda de quem não conseguiu abastecer o carro, o metrô ampliou o número de trens no horário de pico pela manhã e, caso haja necessidade, o procedimento será repetido na volta para casa.
Combustível
Segundo informações do gabinete de crise do GDF, 170 caminhões carregados com diesel, gasolina e etanol foram escoltados pela Polícia Militar dos pontos de bloqueio até os locais de destino. Entre eles, também estava um carregamento de sulfato de alumínio, utilizado no tratamento de esgoto.
Pelo menos 2,6 milhões de litros de gasolina, 370 mil de diesel e 30 mil de etanol foram liberados entre a manhã de sábado (26) e a noite de domingo (27).
Justamente pelos baixos estoques de álcool, utilizado na mistura com a gasolina, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) autorizou a redução do derivado da cana-de-açúcar na mistura, passando de 27% para 18%. Como o derivado do petróleo é um insumo mais caro, as distribuidoras repassaram a conta aos postos: um aumento de R$ 0,17, que dependerá da decisão de cada proprietário sobre o repasse aos consumidores.
Segundo o presidente do Sindicato dos Representantes de GLP, Sérgio Costa, os estoques de gás de cozinha estão praticamente zerados em todo o DF. “Estou em contato com um comboio do exército que está vindo nas rodovias. Mas ainda não tenho previsão para restabelecer o abastecimento”, diz.
Aeroporto
Após zerar os estoques de Querosene de Aviação (QAV), o Aeroporto Internacional de Brasília recebeu 550 mil litros, em 10 caminhões, e elevou os estoques para 18%.
“Com o reabastecimento, as reservas entram em estado de atenção. Por isso, a Inframérica reitera a informação de que somente pousarão no Aeroporto de Brasília as aeronaves com capacidade para decolar sem a necessidade de abastecimento no terminal brasiliense. Aviões que pousarem e que necessitem de abastecimento ficarão em solo até a normalização da situação”, diz a nota emitida pela empresa que administra o terminal.