Greve dos metroviários completa um mês e não tem previsão para acabar
Uma audiência de conciliação entre o sindicato e a empresa foi marcada para quarta-feira (05/06/2019), às 9h30, na sala de reuniões da presidência do TRT
atualizado
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A greve dos metroviários completa um mês nesta segunda-feira (03/06/2019) e segue sem previsão de terminar. A paralisação, iniciada em 2 de maio, recebeu aval da Justiça para seguir por, pelo menos, mais 30 dias. Na última quinta-feira (30/05/2019), a categoria conseguiu decisão favorável no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que prorrogou o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), sob pena de multa de R$ 10 mil por cada empregado prejudicado, em caso de descumprimento da empresa.
Um eventual fim do ACT sem acordo retiraria dos trabalhadores do Metrô uma série de benefícios – entre eles, auxílio-alimentação, auxílio-creche, indenização de transporte, além do plano de saúde. Com os 1.274 funcionários sem trabalhar em sua plenitude, a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) calcula prejuízo de quase R$ 4 milhões.
Na data de “aniversário” da greve, os usuários do Metrô enfrentaram mais uma dificuldade – os trens operam em horário reduzido desde o início da paralisação. Um pequeno trecho da Estação Shopping ficou sem energia por 6 minutos e, em seguida, voltou ao normal. O incidente, segundo a assessoria da empresa, não impactou o funcionamento das outras estações.
Discussão
A desembargadora Maria Regina Machado Guimarães marcou audiência de conciliação entre o Sindicato dos Metroviários (SindMetrô) e o GDF para esta quarta-feira (05/06/2019), às 9h30, na sala de reuniões da presidência do TRT.
Durante a paralisação, a companhia disponibiliza 18 trens nos horários de pico – das 6h às 8h45; e das 16h45 às 19h30, de segunda a sexta-feira. Nos demais momentos, a população conta com quatro ou cinco trens.
Greve
A última assembleia da categoria foi realizada em 26 de maio. De acordo com informações do Metrô-DF, foi encaminhada proposta de renovação do ACT 2017/2019, na íntegra, até 1° de abril de 2020, e de aumento de 4,67% no vale-alimentação e no reembolso da parcela do plano de saúde. Os benefícios, no entanto, não foram colocados na pauta de discussões para serem votados pelos trabalhadores.
O presidente da companhia, Handerson Cabral, criticou a atitude dos sindicalistas. Por meio de nota, disse ser “ lamentável a postura do SindMetrô-DF em não se interessar em negociar com a companhia, tendo conduzido a categoria para a deflagração prematura do movimento grevista e, agora, negando aos empregados do Metrô o direito de decidir sobre seu próprio futuro, rejeitando a proposta do governo, sem que a mesma fosse colocada para deliberação da categoria”.
A declaração gerou repercussão e o sindicato acusou a direção do Metrô-DF de não negociar o fim da greve, de não encaminhar documentação necessária à Justiça a fim de acabar com o movimento e ainda chamou de “piada” a postura do presidente da empresa.
“Ele fala que é lamentável a postura do sindicato em não negociar. Parece até piada. Quem cancelou várias reuniões foi o próprio Metrô, que se nega a negociar com o sindicato durante quatro meses”, diz o documento assinado pela entidade.
Nesta segunda-feira (03/05/2019), o sindicato afirmou ao Metrópoles que a empresa não pagou o auxílio-alimentação agendado para dia 1º de junho. “Ou seja, assumindo o prejuízo ao erário da empresa em vez de pagar os benefícios, que seria um valor bem inferior”, comunicou em nota.
Impasse
Handerson Cabral alega que, por mais de duas semanas, foi construída pauta possível diante da realidade financeira do Governo do Distrito Federal (GDF). A entidade sindical reclama que benefícios sociais reunidos em 52 cláusulas teriam sido cortados. Além disso, o Metrô-DF não estaria cumprindo acordos coletivos, judiciais e sentenças da Justiça favoráveis à categoria desde 2015.
O Metrô-DF sustenta que não foi condenado a pagar retroativos referentes ao reajuste salarial concedido no ACT 2015/2017.