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Greve da CEB prejudica brasilienses e espera por atendimento chega a 33 horas

Na manhã desta sexta-feira (20/11), 894 consumidores aguardavam na fila para receber técnicos da empresa. Enquanto isso, a população sofre com a falta de energia e com os prejuízos decorrentes de aparelhos danificados

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Ficar sem energia elétrica por horas é um transtorno imenso. Agora, imagine quando o problema se arrasta por mais de um dia. Para testar ainda mais a paciência do consumidor, acrescente na fatura a greve dos funcionários da Companhia Energética de Brasília (CEB), iniciada no último dia 9, que tem atrasado os serviços de reparo. O resultado é previsível: banhos gelados, alimentos que estragam na geladeira e a impossibilidade de usar o computador ou ver tevê.

Com o início da temporada de chuvas, multiplicam-se os relatos de falta de luz em regiões do Guará, do Gama e de Águas Claras, além de casos de oscilação de energia na Asa Norte que vêm desde a semana passada. Com a paralisação dos servidores da CEB, as demandas têm demorado 11 vezes mais para serem sanadas.

Hoje, uma ocorrência que costumava levar, em média, três horas para ser finalizada, é resolvida apenas após cerca de 33 horas de espera. E a fila só aumenta. Na manhã desta sexta-feira (20/11), por exemplo, a CEB informou ao Metrópoles que havia 894 consumidores aguardando atendimento.

Oscilação
Enquanto isso, o jeito é manter o estoque de velas e de fósforos em um local de fácil acesso. Sheila Gomes, 50 anos, é moradora da 110 Norte. A servidora pública conta que a energia está oscilando no bloco em que mora desde o dia 12. “Já liguei para a CEB três vezes solicitando atendimento, mas as respostas são sempre inconclusivas”, relata.

Sheila afirma que teve a secadora de roupas e várias lâmpadas do apartamento queimadas, além de problemas com o computador. “São muitos prejuízos, além do medo de ligar outros aparelhos e eles queimarem também”, lamenta.

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Sheila Gomes teve problemas com o computador por conta dos picos de luz *Caroline Bchara/Metrópoles**

A pedagoga Cibele Pena, 55 anos, mora no mesmo bloco, e a falta de luz também doeu no bolso. Ela perdeu os telefones, algumas lâmpadas e tem problemas com a televisão desde que os picos de luz começaram.

“Chamei um eletricista, mas ele não pôde nos ajudar e disse para termos cuidado, porque outros aparelhos eletrodomésticos também podem queimar”, conta Cibele.

O prédio teve alguns problemas com a queda de energia. O subsíndico do bloco, Olivier de Mattos, 67 anos, relata que os picos de luz queimaram a bomba de aquecimento da piscina da cobertura, além de terem causado danos ao portão da garagem, aos elevadores e aos interfones do condomínio.

A CEB alega que os cabos de cobre que abastecem o edifício foram furtados na semana passada e que isso seria a razão do problema. E disse que não há previsão para que a situação seja normalizada

Olivier de Mattos, subsíndico do prédio
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Telefones também sofreram com os picos
Secadora de roupas não resistiu à instabilidade da rede elétrica
Aquecedor da piscina da cobertura não funciona
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Lâmpadas queimadas por conta das oscilações de energia elétrica

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Telefones também sofreram com os picos

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Secadora de roupas não resistiu à instabilidade da rede elétrica

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Aquecedor da piscina da cobertura não funciona

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Companhia em greve
Em nota, a CEB afirmou ao Metrópoles que, por conta da paralisação, a companhia não tem conseguido atender às demandas da população dentro dos prazos estabelecidos. Os funcionários estão de braços cruzados desde o dia 9, e a empresa funciona com 30% do quadro.

A CEB afirmou ainda que, “em função da menor quantidade de eletricistas nas escalas, os despachos das ordens de serviço estão sendo feitos priorizando os chamados onde a interrupção de fornecimento de energia afeta serviços de emergência, como hospitais e clientes com equipamentos vitais, bem como localidades com maior número de consumidores”.

Nesta sexta, os grevistas foram proibidos pela Justiça de impedir empregados que não aderiram à paralisação de entrar nas dependências da empresa. Segundo informações da CEB, integrantes do sindicato da categoria teriam feito piquetes na frente de diversas unidades, com o objetivo de bloquear o acesso de outros servidores. A pena em caso de descumprimento da decisão é uma multa diária de R$ 50 mil ao sindicato.

Segundo o Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (Stiu-DF), ainda não há previsão para o encerramento da paralisação, já que a proposta da empresa foi rejeitada em assembleia na quinta-feira (19). “Por conta da decisão da Justiça, a adesão ao movimento caiu um pouco. O sindicato acatou a resolução e não está impedindo ninguém de entrar no prédio da CEB. Estamos apenas tentando convencer os servidores a suspender as atividades e lutar pela categoria”, explica Alairton Faria, diretor da entidade.

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