Grávida desaparecida faria exame para descobrir sexo do bebê neste mês
Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e filha Tauane Rebeca da Silva, de 14, desapareceram na quinta-feira (9/12) na região do Sol Nascente
atualizado
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Desaparecida no Sol Nascente desde quinta-feira (9/12), a dona de casa Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, estava grávida. Com quatro meses de gestação, ainda não sabia o sexo da criança. Dias antes do desaparecimento, a família começou os preparativos para fazer o exame de ultrassom neste mês de dezembro.
“Olha, é uma situação angustiante. Está muito difícil, principalmente porque minha irmã está grávida. Todos os dias a gente entrava em contato para saber como estava a gestação. Ela iria fazer o ultrassom neste mês para saber o sexo do bebê”, contou a irmã de Shirlene, a cabeleireira Shirlei Vieira da Silva, 39.
Shirlene desapareceu com a filha Tauane Rebeca da Silva, 14. As duas foram fazer um passeio em córrego na região. “Está sendo angustiante não saber o que aconteceu. Minha irmã nunca desapareceu antes”, comentou a cabeleireira. A família suspeita que elas tenham sido vítimas de um crime.
Noite sem dormir
Marido de Shirlene e pai de Tauane, o pintor Antônio Wagner Batista da Silva, 41, diz estar sem dormir desde que as duas desapareceram. A família mora no Sol Nascente perto do córrego. O casal vive junto há 24 anos. Além de Tauane, possuem dois filhos, um com 12 anos e outro com 21 anos. A mãe é muito apegada aos filhos.
Segundo Antônio, Shirlene estaria enfrentando problemas psicológicos que teriam surgido após a pandemia de Covid-19. “Ela vinha tendo uns surtos, eu estava tentando ajudá-la a buscar tratamento”, relatou.
Ao falar sobre a filha, Antônio chorou. “Cara… Minha filha era tudo cara… Não tem explicação… Minha filha era tudo. Era muito apegada comigo. Se tinha alguma coisa, ela me falava. Eu amo meus três filhos, todos somos muito apegados”, comentou. Antônio tem esperança de revê-las.
Desaparecimento
De acordo com Antônio, a última pessoa da família a ter contato com Shirlene e Tauene foi o filho caçula, Lucas, de 12 anos. A criança teria contado ao pai que a irmã insistiu com a mãe para que as duas descessem ao córrego. A família mora no local há pouco tempo e, neste dia, Antônio estava trabalhando no Lago Norte. A esposa teria pego a mochila do menino, uma toalha amarela listrada, biscoitos e uma sombrinha e saído para o passeio com a filha no início da tarde.
Ao voltar para a casa, por volta das 18h30, Antônio contou que teria encontrado com o menino todo molhado e preocupado. A criança queria procurar a mãe e a irmã no córrego, mas foi surpreendida no caminho por uma chuva forte.
O marido disse que também se preocupou porque já estava anoitecendo e, imediatamente, começou a ligar para parentes e conhecidos para saber do paradeiro das duas. Na sequência, por volta das 20h, acionou o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. As buscas começaram ainda na quinta-feira por volta das 21h. O pintor acompanhou tudo e achou a sombrinha da esposa no local.
“Os bombeiros acharam dois pés de sandálias. E um deles parecia com o da minha filha, era toda rosa”, contou Antônio ao Metrópoles, com lágrimas nos olhos.
Testemunha
Shirlei disse que teria conversado com uma vizinha que viu as duas descendo em direção ao córrego por volta de 14h30. A vizinha teria ditado, inclusive que o cachorro dela avançou contra mãe e filha no momento.
“Nesse dia choveu no final da tarde. Já o horário que elas devem ter ido, entre 14h e 15h, estava quente, muito quente. Deve ter chovido por volta das 17h”, acredita Shirlei. A cabelereira conta que a irmã era muito apegada aos filhos. “Ela não dormia fora de casa. Não ficava longe dos meninos. Era uma supermãe. Quando ia para minha casa, por volta das 17h, pedia para que Antônio fosse buscá-la”, relatou.
Durante as buscas, Shirlei ouviu o testemunho de outro morador da região. “Ele disse que não viu ninguém subir do córrego. Mas viu um homem descer por volta das 13h. Isso foi um pouco antes do horário que minha irmã desceu com minha sobrinha. Então, quando ela desceu, essa pessoa já deveria estar lá”, relatou.
O morador não soube identificar quem seria o homem. “A gente quer saber quem é ele e o que aconteceu. Porque os horários são próximos. Se ele viu minha irmã, quero saber o que aconteceu”, desabafou.
De acordo com Antônio, Shirlene nunca havia desaparecido. A 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia/P Sul), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), investiga o caso. Na noite de domingo (12/12), o CBMDF concluiu o 4º dia de buscas, sem sucesso.