Governo procura novas áreas para construir cemitérios no DF
Grupo de trabalho criado pelo GDF tem até o fim de março de 2020 para listar locais que possam abrigar unidades na capital
atualizado
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Em 19 de dezembro, a gravidade da redução da capacidade dos cemitérios na capital do país voltou à pauta: em edital no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), a Campo da Esperança Serviços Ltda. divulgou lista com mais de 300 nomes que ocupam jazigos da área social do cemitério de Taguatinga e anunciou que vai proceder à exumação dos restos mortais. A finalidade da operação é liberar espaço.
Em maio, o Metrópoles noticiou que seis cemitérios do Distrito Federal atingirão a capacidade máxima em dois anos. Com cerca de 490 mil pessoas sepultadas e média de 950 enterros por mês, a previsão é que somente famílias com jazigos já comprados consigam garantir espaço para seus entes queridos.
O Governo do Distrito Federal (GDF) está ciente da situação, e estudos para construção de novos cemitérios entraram na pauta da Casa Civil em agosto. Um grupo de trabalho foi instituído, com participação de servidores das secretarias de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), e de Justiça e Cidadania (Sejus), da Terracap e da própria Casa Civil.
A tarefa é estudar áreas e espaços públicos para a construção de novos cemitérios. O prazo definido para os quatro titulares e seus suplentes elaborarem e apresentarem o relatório final contendo a proposta de possíveis locais de ocupação era de 90 dias.
Seis meses depois do primeiro anúncio, houve mudança na Casa Civil, com a saída do então subsecretário de Governança e Inovação, Roberto Pojo, que acarretou alteração na composição do grupo. O prazo para indicação de áreas passíveis de receber novas sepulturas foi ampliado. O grupo agora tem até 30 de março para listar propostas.
Lotação
As unidades de Taguatinga e Gama estão com as vagas esgotadas. Planaltina tem vida útil para mais seis meses. Agora, restam Asa Sul, Brazlândia e Sobradinho, que somam 2 mil túmulos disponíveis – cada um com três gavetas. Para pessoas da mesma família, existem 90 mil sepulturas livres.
De acordo com a administração do Campo da Esperança, ao assumir o comando dos cemitérios do DF, em 2002, a vida útil das áreas aumentou em 17 anos com a adoção do modelo cemitério-parque. “À época, a previsão de esgotamento do cemitério da Asa Sul, por exemplo, era de 10 meses. A demanda aumentou em 10% desde 2002, quando a concessionária assumiu a gestão”, destacou.
Enquanto o crematório não vem…
Em outra frente para solucionar a falta de espaço nos cemitérios, a empresa Campo de Esperança aguarda a licença ambiental necessária para o funcionamento do primeiro crematório do Distrito Federal, que precisa de liberação pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
Um forno já foi encomendado, e a empresa aguarda a conclusão do trâmite de importação e liberação do espaço para iniciar as obras. “Serão cerca de 180 dias para o início do funcionamento a partir da expedição da licença ambiental pelo Ibram”, diz nota enviada pela concessionária.