Governo federal coloca imóveis à venda com financiamento da Caixa. 61 são no DF, incluindo mansões da Casa Civil e da Fazenda. Confira a lista
Residências ficam na QL 12 do Lago Sul. Também serão comercializados outros 19 imóveis no bairro, 18 na Asa Norte, 12 no Guará II, nove na Asa Sul e um no Cruzeiro Novo
atualizado
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Como parte das medidas de ajuste fiscal anunciadas no ano passado, o governo apresentar, nesta terça-feira (19/1), uma lista de 239 imóveis da União que serão colocados à venda. Depois de uma tentativa fracassada de vender 20 imóveis por licitação no ano passado, agora, todo o procedimento – desde a avaliação de preços até a concessão de financiamentos – ficará por conta da Caixa Econômica Federal. A definição foi oficializada em portaria publicada no Diário Oficial da União desta terça.
Do total, 61 imóveis ficam no Distrito Federal — incluindo as mansões do Ministério da Fazenda (foto) e da Casa Civil (foto principal), na Península dos Ministros, na QL 12 do Lago Sul. Outros 19 imóveis serão vendidos no bairro, 18 na Asa Norte, 12 no Guará II, nove na Asa Sul e um no Cruzeiro Novo.
As duas mansões ficam na área mais valorizada da capital federal. A da Fazenda, por exemplo, tem 748 metros quadrados de área construída, oito quartos, três salas, oito banheiros e duas piscinas. A pasta do Planejamento não apresentou estimativa do valor das casas.
Este é o primeiro lote apresentado pelo governo neste ano, que planeja divulgar novas unidades bimestralmente. Segundo o Ministério do Planejamento, as primeiras vendas serão possíveis em 45 dias.
Em agosto, o governo havia anunciado uma expectativa de arrecadação total de R$ 1,7 bilhão com a venda de 679 imóveis. O valor estimado desse primeiro lote não foi informado, já que a Caixa ainda fará avaliações.
Sem interessados
Após o anúncio no ano passado, 20 unidades foram disponibilizadas, mas a licitação que ocorreu em setembro não teve nenhum interessado. Agora, com o novo pacote, foi assinado um contrato com a Caixa para operar as vendas. O banco público ficará com 3,5% do valor total arrecadado. “É menos que um corretor, menos que um leiloeiro judicial”, disse o secretário do Patrimônio da União, Guilherme Estrada Rodrigues.
De acordo com o secretário, tanto o valor dos imóveis, quanto as linhas de financiamento seguirão padrões de mercado, sem nenhum tipo de ajuda financeira do governo. Rodrigues explicou que o dinheiro arrecadado não pode ser usado diretamente para o cumprimento da meta de superávit do ano, mas acaba ajudando indiretamente na questão fiscal. Segundo ele, os valores farão parte de um fundo para melhorias de imóveis da União, o que trará economia de recursos do Orçamento que seriam destinados para essa finalidade.
O secretário reconheceu que o momento não é bom para o mercado imobiliário, mas disse que as condições ficaram melhores com a administração repassada à Caixa. “Que o mercado imobiliário está ruim é um fato. Mas a venda por licitação da maneira que podíamos fazer dificultava muito o processo”, explicou.