Governo do Acre pagará traslado do corpo de Rhuan do DF a Rio Branco
Menino assassinado pela própria mãe no Distrito Federal será enterrado na capital acriana. Custos serão pagos pelo Estado
atualizado
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Maycon Douglas Lima de Castro, 27 anos, ainda tenta aceitar a perda do filho, Rhuan Maycon da Silva Castro, 9, brutalmente assassinado pela própria mãe e pela companheira dela na noite dessa sexta-feira (31/05/2019), em Samambaia Norte. Ele contou ao Metrópoles ter conseguido ajuda do Governo do Estado do Acre para fazer o traslado do corpo de Rhuan até a capital do estado, Rio Branco, onde mora.
Fábio Martins, um dos coordenadores dos conselhos tutelares do Distrito Federal, informou que o procedimento será feito por meio de parceria entre a Defensoria Públicas do DF e a do município acriano. A previsão é que o pequeno seja levado ao Acre nesta terça (04/06/2019) ou quarta-feira (05/06/2019). “Decidimos fazer o sepultamento aqui. O corpo vai vir direto para ser enterrado”, conta o pai de Rhuan.
À reportagem, Maycon explicou que não conseguiu recursos para vir a Brasília, já que está desempregado. Por isso, buscou ajuda de Rodrigo Oliveira, pai da menina de 8 anos que testemunhou a morte e o esquartejamento do garoto, para pedir auxílio aos órgãos públicos. Também morador de Rio Branco, Rodrigo chegou ao DF nesse domingo (02/06/2019) para reencontrar a filha. Ela prestou depoimento na 26ª Delegacia de Polícia na manhã desta segunda. A garota é filha de Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, companheira de Rosana.
O defensor público Celso Araújo Rodrigues, que está acompanhando o caso junto à família no Acre, conta que a parte mais difícil da burocracia para liberar o traslado do corpo foi vencida já nesta segunda-feira. “A identificação do corpo, que geralmente demora 10 dias, conseguimos fazer com que fosse feita hoje. Agora, ele será encaminhado ao Instituto Médico Legal [IML] para que a certidão de óbito seja expedida”, explica.
O processo dentro do IML, afirma o defensor, é rápido. Ele estima que será possível entrar com a ação na justiça nesta terça. “Saindo a certidão de óbito, o defensor do Distrito Federal entra com a ação na Justiça, e a gente deve conseguir uma liminar no mesmo dia. Já foi feito o orçamento de R$ 4.431,30 e tudo será pago pelo Governo do Estado do Acre.”
Com a decisão favorável, o corpo de Rhuan será levado em um voo de carreira para Rio Branco. “Precisamos de todas as autorizações para que a companhia aérea faça o transporte. Quando sair a liminar, a gente consegue tudo e consegue trazer o corpo para perto da família”, explica.
Sepultamento
Dessa forma, a criança poderá ser velada e sepultada ao lado dos parentes, atendendo o desejo do pai. Ele conta que as famílias dele e de Rosana Auri da Silva Cândido, mãe da criança, estarão unidas no momento. “A gente está todo mundo junto, inclusive a família da Rosana. A mãe dela sempre foi nossa testemunha contra a própria filha. Não sei nem se pode chamar de filha.”
Não durmo direito e estou há três dias sem comer. Não tem explicação para o tamanho da dor que estou sentindo. Não desejo isso para ninguém
Maycon Douglas, pai de Rhuan
Crime brutal
Rhuan foi esfaqueado pela própria mãe, Rosana, e pela companheira dela, Kacyla. Depois de desferir golpes de faca contra o menino, as mulheres o esquartejaram, degolaram e tentaram queimar as partes do corpo na churrasqueira da residência.
Veja imagens do local da tragédia e da apuração do homicídio:
Os restos mortais de Rhuan foram localizados em dois endereços: no lote onde a mãe e a companheira dela moravam, na QR 619 de Samambaia (DF), e na via pública da QR 425, em frente à creche Azulão, onde Rosana largou a mala. Ela foi vista por pessoas que estavam em um campo de futebol e que, desconfiadas da atitude da mulher, tarde da noite, acionaram a polícia.
Os policiais encontraram as duas em casa com uma menina de 8 anos, filha de Kacyla. As duas suspeitas foram presas e estão na delegacia. Durante interrogatório, nenhuma teria demonstrado arrependimento. Elas supostamente admitiram não ter a guarda das crianças e haver fugido do Acre sem conhecimento dos respectivos pais. Para não chamar atenção, os filhos não iam à escola há cerca de dois anos.
Veja o que a mãe, Rosana Auri da Silva Candido, disse sobre o assassinato:
Veja depoimento da companheira da mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa: