Governo discute privatização de CEB e Caesb com deputados e servidores
Debate foi realizado nesta quinta-feira (09/05/2019) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF)
atualizado
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Em debate na Câmara Legislativa (CLDF), nesta quinta-feira (09/05/2019), representantes do Governo do Distrito Federal (GDF) falaram sobre a intenção de privatizar, por meio de concessões, empresas públicas, como a Companhia Energética de Brasília (CEB) e a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Os secretários André Clemente, da Fazenda, e Everardo Gueiros, de Projetos Especiais, conversaram com trabalhadores e deputados durante comissão geral na CLDF, mas não foram assertivos sobre o tema.
“O governo não quer ser o dono da verdade, mas tem de estudar os caminhos para solucionar os problemas”, amenizou Gueiros. Clemente lembrou-se de exemplos de concessões fracassadas, citando o sistema energético de Goiás. “Vi privatizações em municípios que, em dados momentos, as empresas descontinuavam o serviço. Nem sempre é rentável”, reconheceu.
Clemente admitiu não ter previsto privatizações no plano de governo apresentado por Ibaneis Rocha (MDB) durante a campanha eleitoral. “Se quiséssemos fazer, já teríamos feito.” No entanto, o secretário afirmou que a alternativa foi idealizada após constatação de uma crise financeira no DF. “Não é nossa prioridade e não está no plano, mas precisamos fazer entregas. As empresas precisam ser viáveis”, ponderou.
Representantes das empresas públicas se manifestaram contra as concessões. O contador da Caesb, Esdras Bacelar, foi enfático na defesa da companhia como estatal. Ele apresentou planilhas com os números de operação e afirmou que a Caesb tem R$ 111 milhões de lucro operacional ao ano. O déficit constatado, de R$ 1,5 bilhão, segundo ele, seria fruto de calotes dos consumidores e órgãos públicos. De acordo com ele, entregar a empresa à iniciativa privada seria uma perda para a sociedade.