“Golpe do motoboy”: PCDF apreende 93 carros avaliados em R$ 40 milhões com quadrilha
Grupo se passava por funcionários de bancos para conseguir senha e cartão das vítimas. Porsche, Mercedes-Benz e BMW foram apreendidas
atualizado
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Durante a Operação Captis, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor) deflagrada na manhã dessa quinta-feira (2/9), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apreendeu 93 veículos de luxo, avaliados em cerca de R$ 40 milhões. Os carros estavam em posse de uma quadrilha suspeita de aplicar o chamado “golpe do motoboy”.
Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão no DF e em São Paulo contra a organização criminosa especializada em estelionato e lavagem de dinheiro. O grupo têm atuação em todo o território nacional.
Com a deflagração da operação, foram apreendidos veículos de marcas como Porsche, Mercedes-Benz e BMW, e imóveis dos investigados. Durante as buscas, também foram sequestrados R$ 580 mil em espécie, em uma mochila, artigos de luxo e outros objetos destinados à prova das práticas criminosas, entre os quais centenas de cartões bancários e chips de aparelhos de telefonia móvel.
Bens apreendidos:
Os estelionatários se passam por funcionários de instituições bancárias e informam supostas fraudes nos cartões das vítimas, sobretudo pessoas idosas, e oferecem um serviço de motoboy para buscar nas residências tais cartões supostamente clonados.
A partir daí, eles realizam retiradas das contas das vítimas e efetuam compras em grandes atacadistas, em especial de aparelhos eletrônicos, televisores e smartphones.
Em 2018, a Draco deflagrou a primeira fase da “Operação Lothur” com objetivo de desarticular a quadrilha. À época, foram indiciados 12 integrantes do grupo criminoso que executava os golpes em Brasília. Eles tinham a função de efetuar os saques e fazer compras com os cartões. Um outro grupo ficava responsável por fazer as chamadas telefônicas que enganavam as vítimas.
Os investigadores identificaram os demais criminosos que coordenavam a ação dos estelionatários do Distrito Federal, assim como em diversos outros espalhados por todo o país. Eles mantinham base na cidade de São Paulo.
Além de serem responsáveis pela central telefônica, ou seja, pela realização das “chamadas falsas” às vítimas, também detinham o controle de toda a movimentação financeira, partindo, em razão do grande volume arrecadado, para a prática do crime de lavagem de dinheiro.
R$ 14 milhões em um ano
Inicialmente, em 2018, o grupo mantinha um pequeno lava-jato na capital paulista. Em 2020, eles abriram uma rede de lojas de carros de luxo com faturamento de quase R$ 14 milhões no ano.
A megaoperação envolveu cerca de 130 policiais civis, ocorreu simultaneamente no Distrito Federal e nas cidades de São Paulo e Guarujá, litoral paulista, para onde foram enviadas várias equipes do Decor, que contaram com o apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo .
No total, foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília, São Paulo, Guarujá e São Caetano, além da prisão em flagrante de um dos suspeitos pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.