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Gestante desabafa após filha nascer morta: “Meu mundo desabou, acabou”

Familiares afirmam que demora de profissionais de saúde do Hmib para realização do parto seria o motivo da morte da bebê

atualizado

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Pixelistanbul/istock.com
Bebê prematuro
1 de 1 Bebê prematuro - Foto: Pixelistanbul/istock.com

Uma gestante acusa profissionais de saúde do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) de negligência médica. Edilene Rodrigues de Souza, 21 anos, afirma que uma suposta demora dos profissionais em realizar o parto teria levado à morte prematura de sua filha.

Ao Metrópoles, a jovem relata que o drama começou quando decidiu procurar a unidade de saúde para realização de um exame. “Fui aconselhada pela médica do pré-natal a ir para o Hmib, pois estaria com dilatação e o coração da neném estava acelerado”, detalha.

No hospital, o médico teria desmentido o diagnóstico inicial do pré-natal, feito na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Estrutural. “Disseram que estava tudo certo e pediram para que eu voltasse para casa”, diz Edilene.

Em 12 de junho, a paciente começou a sentir contrações mais fortes. Apesar da dor intensa, ela decidiu esperar para procurar atendimento médio na outra semana. “Começou a sair sangue e, por isso, vim correndo para a maternidade. Eles fizeram o toque e falaram que tava com 1 cm de dilatação, mas que eu não estava em trabalho de parto. Então, me mandaram ir pra casa de novo”, conta.

Um dia depois, as dores voltaram e Edilene decidiu, mais uma vez, pedir ajuda dos médicos. “A todo instante, eu falava que não tinha condições de ter essa criança normal, meu útero não ia ter passagem pra ela. Pedi uma cesárea, se negaram porque só estava com 40 semanas. Não estava aguentando e sabia que aquela dor não era normal, não era só dor de contração”, relembra, emocionada.

Bebê não se mexia

Mesmo com as fortes dores da mãe, os profissionais de saúde voltaram a recomendar que a paciente ficasse em casa. “Foi a última vez que eu senti ela mexer. De madrugada, as dores ficaram mais fortes e precisei ir, de novo, ao Hmib”,  revela.

Em mais uma série de exames, a gestante recebeu a notícia de que a bebê teria passado tempo demais no útero e já havia perdido os sinais vitais.

No ultrassom, a médica viu que o coração tinha parado havia mais de seis horas. Nessa hora, senti que meu mundo tinha acabado, desabou. Foram os piores segundos da minha vida

Edilene Rodrigues de Souza, 21 anos

Os pais já tinham escolhido o nome para a pequena: Aurora Beatriz. “Fiz enxoval, preparei o quarto e fiz tudo que pediram durante toda gestação.  Tudo isso para me fazerem esperar todo esse tempo. Minha filha nasceu com o crânio fundo, de tanto que forçou para sair e não conseguiu”, lamentou a jovem.

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Hmib defendeu que protocolo da Saúde estabelece internação no momento de trabalho de parto ativo, que não era o caso da paciente em questão
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A retirada da massa embrionária ocorreu com sucesso e a bebê já recebeu alta hospitalar

Igo Estrela/Metrópoles
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Michael Melo/Metrópoles
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Hmib defendeu que protocolo da Saúde estabelece internação no momento de trabalho de parto ativo, que não era o caso da paciente em questão

Daniel Ferreira/Metrópoles
Outro lado

Procurada pelo Metrópoles, a direção do Hospital Materno Infantil de Brasília afirmou que Edilene esteve na unidade em 15 de junho, foi avaliada e realizou exame de cardiotocografia. “[O procedimento] Mostrou que o bebê estava bem, assim como não havia contrações no momento que indicassem trabalho de parto ativo. Por isso, [a paciente] foi orientada a retornar se preciso”, diz.

De acordo com o hospital, Edilene retornou no final da semana. “Relatou que o feto não estava mexendo. Ao ser avaliada, foi diagnosticado o óbito fetal”, completou a direção.

A unidade pública de saúde afirma estar prestando apoio psicológico e psiquiátrico à gestante e aos familiares. “Cabe ressaltar que o protocolo da Secretaria de Saúde, é que só se interna no momento de trabalho de parto ativo, que não era o caso naquele momento da paciente em questão”, justificou o Hmib, em nota.

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