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Gengis Keyne recebe alta de hospital dois dias após ser espancado

Líder da gangue Falange Satânica recebeu alta do Hospital de Base por volta das 14h45 desta terça-feira (18/10)

atualizado

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1 de 1 CASO-Gengis Keyne (4) - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Nesta terça-feira (18/10), o líder da gangue Falange Satânica na década de 1990, Gengis Keyne, 47 anos, recebeu alta do Hospital de Base, onde estava internado desde domingo (16/10), quando foi espancado. Ele teria sido liberado da unidade por volta das 14h45.

Gengis teve costelas quebradas após uma discussão com donos do apartamento onde mora por falta de pagamento de aluguel. Gengis foi condenado por um dos crimes mais marcantes da história do Distrito Federal, o assassinato do estudante Marco Antônio Velasco em 1993.

O caso ocorreu na Vila Planalto. Conforme registrado na 5ª DP (Área Central), há 15 dias os proprietários do imóvel onde Gengis vive com a esposa e o filho de sete anos têm cortado luz e água do local com o intuito de forçar o pagamento de três meses de locação atrasado.

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No sábado (15), mais uma vez a água estava cortada e houve uma discussão entre a esposa do ex-líder da gangue com responsáveis pelo apartamento. Segundo consta no boletim de ocorrência, houve troca ameaças e Gengis chegou a questionar aos donos do local se “sabiam quem ele era”.

Após o registro do caso na delegacia, pelo menos seis membros da família dona do imóvel se reuniram e, durante a madrugada, houve a invasão do apartamento. Segundo relatado pela esposa de Gengis Keyne, o marido foi agredido com socos e pontapés, tendo sofrido lesão na cabeça, no olho esquerdo, além de ter sete costelas fraturadas e perfuração do pulmão.

Dois tiros ainda teriam sido disparados sem que alguém fosse atingido.

Relembre o caso do assassinato

O assassinato do estudante Marco Antônio Velasco, 16 anos, foi um dos crimes mais marcantes da história do DF. Atacado por 11 homens, entre adolescentes e adultos, ele teve traumatismo craniano e múltiplas fraturas.

Ocorrido em agosto de 1993 na quadra 316 da Asa Norte, a morte brutal foi motivada por uma discussão na porta de um colégio entre a vítima e membros da gangue Falange Santânica no dia anterior ao caso.

Gengis Keyne de Brito foi orientado pelo tio, que era delegado de polícia, a se apresentar às autoridades. Ele contou o que havia acontecido e delatou os companheiros. O problema é que Keyne não sabia que Marquinhos, como era chamada a vítima, havia morrido. Só soube depois que assinou a confissão.

No grupo, Keyne e outros quatro envolvidos eram maiores de idade a acabaram condenados a 28 anos de prisão. Por causa de atenuante, ficaram pouco tempo detidos. Os menores que participaram do ataque covarde foram para o antigo Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), mas também não permaneceram muito tempo por lá. Um deles, inclusive, fugiu e não foi mais encontrado.

Keyne teve outras passagens pela polícia. Em 2003, por exemplo, acabou preso por tentar comprar um celular com um cheque falso. Em 2007, foi encontrado com droga e voltou à prisão.

A jornalista Valéria Velasco, mãe de Marquinhos, criou o Comitê Nacional de Vítimas de Violência (Convive) depois da morte do filho. Ela morreu em 2018.

 

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