General Heleno não irá à CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF
Segundo o presidente do colegiado, Chico Vigilante, não é possível convocar mais alguém nesta semana para ser ouvido no lugar de Heleno.
atualizado
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O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não vai à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos. Segundo o presidente do colegiado, deputado distrital Chico Vigilante (PT), o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) disse que recebeu orientação para não participar da sessão prevista para esta quarta-feira (19/4) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
“[Heleno] agradeceu, disse que estava disposto a ir, mas foi aconselhado a não comparecer para não ‘colocar mais gasolina'”, disse o presidente da CPI.
Segundo o parlamentar, não é possível convocar mais alguém nesta semana para ser ouvido no lugar de Heleno.
Questionado sobre uma possível nova convocação do ex-chefe do GSI, o petista respondeu: “Temos 180 dias de CPI, quem sabe mais para frente”.
Pedido de condução coercitiva
Com a negativa de Heleno, o distrital Fábio Felix (Psol) disse que vai apresentar uma intimação como convocação. Caso o depoente não atenda, o pedido já vai prever uma condução coercitiva.
“Heleno é obrigado a comparecer à CPI. No dia 8 de janeiro, quando o golpe foi tentado, Heleno era um político sem cargo, e como militar está na reserva há anos. É um cidadão comum que teve sua convocação aprovada de forma unânime por essa CPI. Ele só pode deixar de vir se estiver respaldado por uma decisão judicial, o que não é o caso”, disse o parlamentar, que é integrante do colegiado.
Militares na CPI
O general faz parte de uma série de nomes do Exército aprovados pela CPI para comparecer às sessões da Câmara que investiga ataques de 8 de janeiro de 2023 e 12 de dezembro de 2022.
Na semana passada, o colegiado que investiga os atos antidemocráticos de 12 de dezembro de 2022 e de 8 de janeiro último aprovou cinco requerimentos que alcançam dados de militares. Antes do começo da oitiva, a CPI votou pedidos de acesso a documentos para investigação que vão desde a agenda do general Gustavo Henrique Dutra até a os compromissos e visitas de Heleno.