General Dutra detona ex-major amigo de Bolsonaro: “Expulso do Exército, considerado indigno”
Ex-major do Exército e preso pela PF, Ailton Barros se apresentava como 01 de Bolsonaro no Rio de Janeiro
atualizado
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O general Gustavo Henrique Dutra detonou o ex-major do Exército Ailton Barros, amigo de Jair Bolsonaro (PL) e preso pela Polícia Federal (PF), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Dutra, que chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) durante o 8 de janeiro e acabou exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril, foi questionado sobre a situação de Ailton nas Forças Armadas e respondeu de forma categórica: “Ele foi expulso do Exército Brasileiro, considerado indigno”.
Ailton é investigado por, em dezembro de 2022, ter conversado com o tenente-coronel ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como Coronel Cid, um eventual golpe de Estado, no qual as Forças Armadas tomariam o poder no país. A conversa foi registrada em três áudios que estão com a Polícia Federal.
Dizendo que não iria emitir juízo de valor em relação ao caráter de Ailton, o general Dutra continuou as críticas ao fim da sessão da CPI. “Ele foi expulso por ser considerado indigno para a profissão militar, que pauta sua conduta em um código de lealdade, verdade, responsabilidade, probidade. Esse homem não se mostrou à altura desses valores e princípios e foi expulso.”
Ailton foi candidato pelo PL a deputado estadual no Rio de Janeiro em 2022 e, durante a campanha, apresentava-se como “01 do Bolsonaro”. Datado de 15 de dezembro, um dos áudios mostra Barros dizendo: “É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.
Dutra disse na CPI que nunca teve contato com Ailton. “Com Cid, não falo há bastante tempo”.