GDF entra na Justiça contra greve dos professores
O Executivo quer decretar o movimento ilegal. Os docentes estão parados há 11 dias por melhores salários e contra a Reforma da Previdência
atualizado
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O Governo do Distrito Federal entrou na Justiça contra a greve dos professores. Iniciada há 11 dias, a paralisação já teve a adesão de 70% de uma categoria com 28,5 mil servidores na ativa, de acordo com o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro/DF).
Na ação, o GDF pede que seja decretada a ilegalidade do movimento. Se a Justiça aceitar o pedido e os profissionais não voltarem às salas de aula, pode haver desconto em folha de pagamento.
O Sinpro diz que não haverá trégua. “Nossa greve não será pautada pela Justiça. O movimento continua e quem vai definir os rumos dele é a categoria”, afirmou o diretor do Sinpro, Samuel Fernandes.
“O GDF precisa seguir as leis e decisões judiciais, inclusive pagando os professores temporários. Se entrou na Justiça contra a greve, não altera em nada, pois quem não está cumprindo as leis com os professores é o governo, que vem aplicando calotes desde 2015”, completou.
Exigências mantidas
Sem nenhum indício de negociação, a categoria mantém as exigências e quer uma proposta do Executivo até a próxima terça-feira (28/3), quando fará nova assembleia para deliberar sobre o tema.
Os docentes são contra a Reforma da Previdência; pedem a efetivação do plano de carreira; a terceira parcela do reajuste salarial concedido em 2013. Afirmam que querem ver as leis sendo cumpridas no DF.
Neste sábado (25/3), uma manifestação dos professores marcou as comemorações dos 46 anos de Ceilândia. Na ocasião, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) foi chamado de “caloteiro”. O momento mais tenso do movimento foi quando a Polícia Militar usou gás de pimenta para dispersar os manifestantes. Além disso, uma professora saiu ferida, depois da ação de alguns seguranças, segundo o Sinpro.
Em nota encaminhada à reportagem sobre a manifestação de Ceilândia, o GDF diz que “considera a greve ilegal, mantém o diálogo com todas as categorias, mas não tem condições financeiras, neste momento, de arcar com reajustes salariais”.