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GDF atrasa pagamento e 3 mil alunos ficam sem transporte escolar

Empresa que presta serviço à Secretaria de Educação parou de rodar em Planaltina porque não recebeu dívida de R$ 2,5 milhões

atualizado

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Onibus-escolar
1 de 1 Onibus-escolar - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

Mais de 3 mil alunos de 20 escolas públicas da área rural de Planaltina, no Distrito Federal, estão sem ônibus escolar há três semanas. Sem terem como se deslocar, muitos deixaram de frequentar as aulas. A empresa responsável pelo transporte, a Coopercam, parou de realizar o serviço porque não recebeu o pagamento de uma dívida superior a 2,5 milhões da Secretaria de Educação.

Os ônibus pararam de circular pela região no dia 30 de outubro. O diretor do Centro Educacional Piriripau II, Orlei de Oliveira, conta que os pais com melhores condições financeiras se desdobram para levar os filhos, mas outros não conseguem fazê-lo. “Muitas famílias não podem trazer os filhos”, afirmou.

A menina Rute, de 6 anos, não vai à escola desde quando o serviço parou de funcionar. “Ela pergunta o tempo todo quando vai voltar. A situação está insuportável”, contou a mãe, a dona de casa Cleidianne Santos de Oliveira, 23. Segundo ela, essa é a realidade da maioria das crianças do assentamento Oziel Alves, onde mora.

Não tenho carro e não consigo levar minha filha à escola. O mesmo acontece com outros pais que não têm condições. Alguns até têm carro, mas a gasolina está muito cara. Está muito complicado.

Cleidianne de Oliveira, mãe de aluna

A Secretaria de Educação informou que realizou, na segunda-feira (19/11), um repasse de R$ 2.637.655,90, referente aos meses de junho, julho e parte de agosto. De acordo com o governo, sob essa condição, a empresa voltaria a operar normalmente nesta quarta-feira (21).

No entanto, o gerente da garagem da Coopercam em Planaltina, Abel Rosa de Oliveira, disse que, até a noite dessa terça (20), não havia recebido autorização para liberar os ônibus escolares. “Não chegou pagamento nenhum à empresa. Eu só vou buscar os ônibus e abastecer quando ela liberar”, explicou. 

Cleidianne desconfia do governo. “Sinceramente, não sei se vai voltar. Há uns três dias falam que estão resolvendo, e nada. Quando a gente acha que vai dar certo, não dá”, opinou a mãe de Rute.

Histórico
Não é a primeira vez que o governo deixa de honrar os pagamentos a empresas de ônibus. Em 2016, 11 companhias paralisaram as atividades e deixaram 40 mil alunos da rede pública sem o transporte escolar. Na época, segundo os empresários, as dívidas estavam acumuladas desde 2014 e chegavam a R$ 40 milhões.

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