Gás de pimenta e revista excessiva: manifestantes reclamam da ação da PMDF
Em ato na Esplanada dos Ministérios, grupos pró e contra Bolsonaro reclamaram da atuação da corporação
atualizado
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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) montou um forte esquema de segurança na manhã deste domingo (21/06) para garantir que os protestos programados para a Esplanada dos Ministérios acontecessem sem ocorrências. Mas, manifestantes dos dois lados reclamam da atuação da corporação.
Segundo o ato pró-Bolsonaro, os militares usaram gás de pimenta para dispersar o protesto. Em resposta ao Metrópoles, a equipe de Comunicação Social da PMDF, confirmou que polícia precisou usar o ardente para apartar um grupo que tentava se aproximar do Congresso Nacional. Por volta das 12h30, algumas pessoas romperam o gradeado que se encontrava próximo ao Palácio do Itamaraty.
Como a área estava ventando bastante, a substância atingiu pessoas que estavam mais distantes. Inclusive uma criança identificada como Gabriel. “O menino é conhecido como capitão Gabriel. Ele é totalmente fã da PM. Tava no colo de um policial minutos antes”, contou a corporação.
O lado contra o presidente disse que a polícia só protegeu o outro grupo. Na volta para casa, os manifestantes que pediam o impeachment de Bolsonaro foram revistados quando chegavam na Rodoviária do Plano Piloto.
De acordo com o tenente-coronel Condi, a ação ocorreu porque o grupo estava provocando famílias a favor de Bolsonaro. “Eles ameaçaram um pai e uma criança que estavam passando de bicicleta. Pode ver que eles estão bebendo, já estão desvirtuando o movimento”, disse o militar.
O grupo conta outra versão. “As pessoas estavam nos provocando e a polícia não fazia nada”, disse um representante. Ninguém foi preso e nenhum material apreendido. Os manifestantes começaram a gritar como resposta que queriam o fim da Polícia Militar.
O deputado distrital Fábio Felix (PSol) comentou a abordagem nas redes sociais. “Nos atos bolsonaristas, chegaram a derrubar a grade do Itamaraty e nada aconteceu. Hoje, ao fim de uma manifestação pacífica, alguns manifestantes aguardavam na sombra e foram todos abordados e revistados pela polícia. A informação que temos é que ninguém aceitou a provocação e não houve detidos. A Comissão de Direitos Humanos segue acompanhando”, escreveu nas redes sociais.
Revista
No início do protesto, a Polícia Militar estava pedindo para alguns manifestantes do lado pró-Bolsonaro tirarem os suportes das faixas, mas a medida de segurança parou de ser aplicada quando o grupo começou a andar. Quem estava com bandeiras com mastro e sem algum tipo de bolsa — o que estava proibido — não era mais abordado.
Durante o ato pró-democracia, a polícia recolheu diversos objetos como foguetes e pedaços de madeira. Os materiais foram colocados direto no caminhão de lixo. Eram permitidos apenas bandeiras sem mastro.
Em nota, a PMDF disse que, de acordo com o policiamento presente no terreno, a abordagem foi a mesma para ambos os lados.
Cavalaria
Apesar dos dois grupos terem se concentrado em pontos diferentes da Esplanada dos Ministérios, eles se encontraram na frente do Congresso Nacional no fim da manhã. A cavalaria da polícia estava na área para evitar que os manifestantes entrassem em confronto.
Quando os dois atos começaram a dispersar, houve um princípio de confusão, mas os militares conseguiram afastar. Organizadores dos dois grupos pediram que os presentes não caíssem em provocações.