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Funcionários denunciam falta de sabão e álcool em gel no Hran

Força-tarefa formada por OAB, MPDFT e outras entidades constatou o problema. Secretaria de Saúde e empresa responsável pelo serviço negam

atualizado

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Pacientes aguardam atendimento no pronto Socorro Hran
1 de 1 Pacientes aguardam atendimento no pronto Socorro Hran - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Falta álcool em gel e sabão no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), itens necessários para a prevenção contra o novo coronavírus. A unidade é a referência para o tratamento da doença no Distrito Federal.

A denúncia, feita por trabalhadores da unidade de saúde, foi confirmada pela força-tarefa formada para a fiscalização da rede pública durante a pandemia de Covid-19.

A força-tarefa constatou a falta dos itens em vistoria feita dia 22 de abril e também flagrou a ausência de álcool em gel e de sabão no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e no Hospital Regional do Guará (HRGu).

O grupo é formado pela secional do DF da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF), Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) e Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), com o apoio da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF), do Conselho Regional de Psicologia do DF (CRP-DF), do Conselho de Saúde do DF e do Conselho Regional de Saúde de Brasilia.

Veja as imagens da falta de sabão e álcool em gel no Hran:

 

Segundo a presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF, Alexandra Moreschi, a fiscalização foi motivada por denúncias de trabalhadores do Hran. “As pessoas estão com medo de contaminação da Covid-19. No hospital não havia sequer tinha sabão para lavar as mãos”, constatou.

Ainda segundo Moreschi, “faltam insumos para a própria limpeza dos hospitais”. Dessa forma, a higienização dos hospitais está sendo feita de forma precária.

“O Hran é o centro de referência para tratamento da Covid-19. A higienização é imprescindível. Não faz sentido faltar material, pois este é um contrato de limpeza novíssimo, acabou de ser celebrado. Em meio à pandemia, essa situação não é aceitável”, afirmou.

Força-tarefa denuncia falta de sabão e álcool em gel no Hran
Dispersor quebrado no Hran: sem sabão nem álcool em gel
Situação grave

O Metrópoles teve acesso a parte das denúncias feitas pelos trabalhadores do Hran para a força-tarefa. “Essa situação é grave porque a ausência da distribuição do álcool coloca em risco os profissionais de saúde”, denunciou um membro do Hran.

Existe receio também em relação às condições de segurança dos trabalhadores terceirizados. Os equipamentos usados pelos profissionais não são impermeáveis e não teriam as condições de segurança necessárias.

“Conclusão: o risco de contaminação é real desses profissionais, além da contaminação do ambiente e de superfícies nas quais eles realizam a limpeza e, consequentemente, dos demais profissionais do Hran”, concluiu o denunciante.

Monitoramento constante

Segundo a presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SindEnfermeiro-DF), Dayse Amarilio, falhas na limpeza e higiene nos hospitais têm sido recorrentes. Para a sindicalista, o governo precisa fazer o monitoramento constante do serviço.

“O oferecimento do álcool em gel e dos insumos é extremamente necessário para o combate ao coronavírus. Se a gente consegue perceber que falta no hospital que é referência, isso é bastante preocupante”, alertou.

A limpeza das hospitais tem sido objeto de polêmica no DF. No começo da pandemia, a empresa responsável pelo serviço deixou hospitais sem itens de limpeza ao final do contrato. Anteriormente, a licitação já havia sido alvo de denúncias, levando à exoneração de servidores.

Segundo o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação e Serviços Terceirizáveis no DF (Sindiserviços-DF), o atual contrato de limpeza reduziu o quadro de trabalhadores, sobrecarregando os profissionais.

Empresa e GDF negam

O Metrópoles entrou em contato com a BRA Serviços Administrativos, atual contratada para a prestação do serviço. A empresa negou qualquer problema na higienização dos hospitais.

“A BRA informa que vem adimplindo integralmente as suas obrigações oriundas dos contratos firmados com a SES-DF desde a assunção dos serviços”, afirmou a empresa, em nota.

A reportagem também buscou a posição da Secretaria de Saúde do DF sobre a questão. A pasta negou o desabastecimento dos insumos necessários para a higienização dos hospitais.

“A empresa em contrato vigente tem ciência de todos os protocolos que devem ser seguidos para a limpeza, reabastecimento e, principalmente, no combate ao novo coronavírus. Se houve falta em algum setor foi pontual, porque não há desabastecimento dos produtos citados”, argumentou a pasta, por nota.

Segundo a SES-DF, frequentemente o consumo aumenta e carece de reposição extra, além do normal. Tão logo a situação é verificada, há reposição imediata do produto, diz a secretaria.

“Os gestores das unidades são encarregados de averiguar a prestação do serviço e notificar a empresa caso aja descumprimento do contrato”, concluiu a pasta.

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