Fumaça: qualidade do ar no DF chega a níveis “perigoso” e “péssimo”
Grande incêndio no Parque Nacional de Brasília provocou fumaça que encobriu capital federal desse domingo (15/9) até esta 2ª feira (16/9)
atualizado
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Coberto por fumaça e névoa seca, o Distrito Federal registrou níveis de qualidade do ar “péssimo” e “perigoso” para a saúde, nesta segunda-feira (16/9).
Por volta das 9h desta segunda-feira (16/9), o site do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) apresentou nível de poluição classificado como “péssimo”. Posteriormente, o indicador variou para “bom”.
Além dessa, a plataforma AQICN.org alertou para um nível de poluição “perigoso” e “não saudável para grupos sensíveis”, com riscos de gerar efeitos mais graves à saúde. Por volta das 10h, os indicadores dos pontos de monitoramento no Distrito Federal variavam entre “moderado” e “bom”.
Mais cedo, o site de monitoramento em tempo real da empresa suíça IQAir apontava a qualidade do ar no DF como “moderada”, devido à concentração de micropartículas na atmosfera. A exposição a elas pode causar, inclusive, consequências a curto e a longo prazo em caso de inalação.
A taxa de poluentes na atmosfera chegou a ser cinco vezes maior do que o valor de referência anual para a qualidade do ar definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por volta das 10h, porém, o resultado permanecia como “moderado”, mas com menos concentração de partículas.
As principais recomendações nesse caso são: evitar atividades físicas ao ar livre – especialmente para grupos sensíveis, como idosos, crianças e pessoas com comorbidades; manter janelas e portas fechadas, para evitar a entrada do ar poluído; usar máscaras do tipo PFF2, PFF3 ou N95 em ambientes externos; manter-se hidratado; e usar umidificadores e/ou, se possível, purificadores de ar.
Crime ambiental
Em períodos de seca, a possibilidade mais concreta de incêndios atingirem vegetações é por meio da ação humana. O de grandes proporções que destrói a vegetação e ameaça a fauna do Parque Nacional de Brasília provocou uma densa coluna de fumaça, que se espalhou pelo Distrito Federal até a manhã desta segunda-feira (16/9).
Em decorrência da névoa seca que ainda encobre a capital do país, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) autorizou a suspensão das atividades nas instituições de ensino sob responsabilidade da pasta, e a Universidade de Brasília (UnB) adotou expediente remoto.
Veja imagens da manhã desta segunda-feira (16/9):
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado para combater o incêndio na unidade de conservação por volta das 11h20 desse domingo (15/9). No entanto, além das chamas que assolam a unidade de conservação, a corporação atuou em 196 ocorrências desse tipo nos dois últimos dias.
Entre sábado (14/9) e domingo (15/9), o total da área queimada na capital do país chegou a 2.202,38 hectares (ha) – ou 3 mil campos de futebol.
Em cerca de oito horas, o parque nacional perdeu cerca de 1,2 mil ha para o fogo, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – área equivalente a, aproximadamente, 1,6 mil campos de futebol.
Veja imagens desse domingo (15/9):
Coordenador de manejo integrado do fogo do ICMBio, João Morita, afirmou que o incêndio foi possivelmente causado por ação criminosa e que começou próximo à Granja do Torto, na área da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb).
“Ontem [domingo], o incêndio teve uma propagação muito rápida, violenta e intensa. Essa propagação está mais mansa agora [pela manhã, porque alcançou matas de galeria, principalmente na região do Córrego Bananal. O trabalho hoje [segunda-feira] é de colocar profissionais em campo para evitar a reignição nos locais onde houve combate ontem e apagar o fogo nas matas de galeria”, ressaltou João.
O Metrópoles percorreu algumas vias de Brasília nesta manhã. Além das queimadas registradas, o tempo seco contribuiu para a concentração da névoa, poeira e fuligem sobre o Distrito Federal. A situação dificulta a respiração da população, principalmente na região próxima ao parque nacional.
Além disso, em bairros como a Asa Norte, a visibilidade nas pistas era tão baixa que motoristas tiveram dificuldade para transitar nas primeiras horas desta segunda-feira (16/9).
Veja: