Frederick Wassef é indiciado por injúria racial após chamar mulher de “macaca”
O ex-advogado de Jair Bolsonaro não compareceu à delegacia para depor. Inquérito foi concluído na última sexta-feira (5/2)
atualizado
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O ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, foi indiciado pelo crime de injúria racial. Em novembro, ele teria chamado uma atendente do Pizza Hut de “macaca“. Danielle da Cruz de Oliveira, 18 anos, denunciou o caso e a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) concluiu o inquérito em 5 de fevereiro. Agora, as informações seguem para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Segundo informações da polícia, a conclusão do documento e o indiciamento basearam-se em depoimentos de testemunhas e da vítima. Wassef não teria comparecido à delegacia por estar em viagem a São Paulo.
O caso ocorreu em novembro, quando a atendente do Pizza Hut denunciou Wassef após ter sido chamada de “macaca” . No boletim de ocorrência que a jovem registrou, três funcionários da pizzaria são testemunhas e confirmam as agressões.
Em vídeo divulgado pelo próprio advogado, ele repete que Danielle “não é negra”. Rebatendo as falas de Wassef, a atendente reforçou: “Sim, eu sou negra”. “Com toda a certeza, eu sempre me reconheci como uma”, completou a jovem.
A reportagem do Metrópoles entrou em contato com a defesa de Danielle e o advogado afirmou ainda não ter conhecimento da conclusão do inquérito.
Entenda o caso
Segundo a atendente, ela foi ofendida por Wassef, depois que ele reclamou que a pizza não estava boa. A situação teria ocorrido em 8 de novembro e foi registrada na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, como injúria racial.
De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual o Metrópoles teve acesso, o advogado já teria agredido verbalmente Danielle no mês passado. Na ocasião, ele teria dito que não queria ser atendido pela mulher: “Você é negra e tem cara de sonsa e não vai saber anotar o meu pedido”.
Por meio de nota, Wassef afirmou que tudo que foi dito pela funcionária são mentiras e calúnias e, na verdade, ele teria sido “vítima de uma armação montada”. O advogado alega que uma denunciação caluniosa foi organizada sob a orientação de terceiros para ganhar dinheiro visando uma futura ação indenizatória.
O advogado ainda não se pronunciou sobre o indiciamento. O espaço segue aberto a manifestações futuras.