Fotos mostram antes e depois de casal que ficou milionário com golpes no DF
Um dos casais investigados havia deixado um bairro humilde do RJ e pagava R$ 12,5 mil de aluguel em uma mansão, na Barra da Tijuca
atualizado
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A lábia aguçada de dois casais especialistas em aplicar golpes em servidores públicos provocou a ascensão financeira meteórica do quarteto. Festas sofisticadas, carros importados, endereços nobres e viagens internacionais faziam parte da rotina dos suspeitos presos no âmbito da Operação Shark, desencadeada pela Coordenação de Repressão às Fraudes (Corf), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta semana.
O Metrópoles teve acesso a detalhes sobre como os suspeitos torravam a grana amealhada pelas empresas com o que denominavam “consultoria financeira”. A associação criminosa, que teria provocado um prejuízo de R$ 90 milhões, ludibriava consumidores com a falsa promessa de vantagens, oferecendo empréstimos consignados e renegociação de dívidas adquiridas pelas vítimas.
O casal líder do esquema, Deia Campos Mesquita, 38 anos, e Wilber Mesquita Campos, 40, deixaram o bairro humilde da Taquara, na zona oeste do Rio, para pagar R$ 12,5 mil mensais pelo aluguel de uma mansão em um dos condomínios mais exclusivos da Barra da Tijuca, bairro nobre da capital fluminense. A mansão avaliada em R$ 6 milhões era apenas um dos mimos bancados pelo casal.
Mudança estética
O dinheiro fácil fez com que o “Casal 20” dos golpes investisse pesado numa transformação estética. Fotos de Deia e Weber publicadas nas redes sociais de ambos quando ainda moravam em uma casa humilde no subúrbio são completamente diferentes de outras, postadas durante viagens pela Europa e pelo Caribe.
Tratamentos capilares, banhos de loja, cirurgias plásticas e harmonização facial ajudaram a deixar para trás a antiga imagem, sem tanto glamour. Nas fotos e nos vídeos, o casal faz questão de ostentar viagens para cidades como Paris ou passeios por ilhas no Caribe. Roupas de grife, relógios de marcas sofisticas e carros importados também passaram a figurar no álbum de fotografias de Weber e Deia.
O outro casal que integrava a cúpula da empresa golpista, Thaísa Assis dos Santos, 26 anos, e Ygor Campos Rodrigues, 31, seguiam a mesma rotina de ostentação da dupla comparsa. Ambos também gostavam de desfilar com roupas de grife, cuidar da estética e morar em mansões alugadas em bairros nobres da cidade.
A operação
Segundo a delegada Isabel de Moraes, os principais integrantes da associação criminosa elevavam o patamar da qualidade de vida conforme os golpes aumentavam. “Era grande a sensação de impunidade que os autores nutriam, pois não faziam a menor questão de esconder a ascensão financeira conquistada à custa de golpes milionários aplicados nas vítimas”, explicou.
Na quinta-feira (5/8), a operação foi deflagrada contra a organização criminosa que atuava no DF, Rio de Janeiro, em São Paulo e Pernambuco. Um grupo de empresas que se dizia de “consultoria financeira” enganava consumidores com a falsa promessa de vantagens. As investigações começaram em 2020, quando foi detectada a movimentação de cerca de R$ 90 milhões no decorrer de um ano.
A Corf já identificou cerca de 70 vítimas, havendo várias reclamações em sites especializados. Os prejudicados até criaram páginas nas redes sociais para denunciar os golpes. Os policiais cumpriram 20 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária na região central de Brasília (SRTVS e SCN), na cidade do Rio de Janeiro (Centro, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Taquara, Engenho Novo, Guadalupe) e em Nova Iguaçu (RJ).