Fotos. Casal celebra união na Praça do Buriti com “chuva de ipês”
A arquiteta Ana Luísa Siqueira e o publicitário David Duarte realizaram a cerimônia em 4 de setembro, inspirada em símbolos de Brasília
atualizado
Compartilhar notícia
Mais do que cartões-postais da cidade, os espaços públicos e áreas verdes do Distrito Federal podem ser palcos de celebrações e evento sociais. Ana Luísa Siqueira, 32, e o publicitário David Duarte, 30, escolheram a Praça do Buriti, no Eixo Monumental, para o dia mais importante de suas vidas: a celebração do casamento deles.
Ela e o agora marido sempre tiveram vontade de trocar alianças ao ar livre. Após visitarem restaurantes e casas de festa, que de acordo com Ana, não eram “a cara” do casal, eles começaram a pesquisar outras opções, até que encontraram uma que combinava com o estilo deles.
“Eu fiz algumas pesquisas e vi um casamento no Parque da Cidade, outro numa superquadra e pensei: ‘É isso! Vamos nos casar num espaço público’. Como eu trabalho perto da Praça do Buriti, passo por ela todos os dias, me acendeu a lâmpada: ‘Vai ser aqui'”, conta a arquiteta.
Amigos e organizadores do evento chegaram a questionar a escolha do local. “Mas numa praça? E se precisarem de banheiro? E se estiver muito quente? E a segurança? E as outras pessoas?”. No entanto, mesmo diante da preocupações, o casal persistiu na escolha.
“A decisão de usar o espaço público gerou insegurança por não encontrarmos muitas informações e não ter uma fórmula pronta, como a gente vê nos salões de festa e em igrejas. Mas isso nos deu muita liberdade, para repensar todos os aspectos que envolviam a cerimônia e a recepção, e criar algo único”, explica Ana Luísa.
Confira fotos da cerimônia:
Símbolos brasilienses
A adoção da temática “Brasília” fortaleceu ainda mais a ligação do casal com a capital, brasiliense de sangue e coração. “Nós usamos vários símbolos na decoração que remetem à cidade. A mesa tinha as aves do painel da Igrejinha. Nossa “chuva de arroz” foi, na verdade, uma chuva de flores de ipês, que a gente catou pela cidade durante o mês de agosto. O bordado do porta-alianças tinha a Catedral”, descreve a arquiteta.
Ana Luísa acredita que a ocupação de espaços públicos “dá vida” à cidade, por isso, ela incentiva que as pessoas direcionem um olhar diferente para esses locais.
“O brasiliense costuma ter medo de ocupar o espaço público, mas nós temos tantas áreas verdes que elas merecem ser mais do que lugar de passagem, que a gente só vê pela janela do carro, do ônibus. Esses espaços merecem ser lugares “de estar”. E nós merecemos ocupar a “cidade-parque” e desfrutar dos benefícios de morar aqui”, argumenta.
Desde 4 de setembro, a Praça do Buriti ganhou um significado especial para Ana Luísa e David. “Hoje, quando passo pela praça voltando do trabalho, revivo todas as lembranças desse dia”, aponta Ana Luísa.
“Depois de escolhermos, eu me peguei pensando no significado da praça e até usei isso no nosso brinde. Traçando um paralelo entre o que a praça significa para a cidade e o que o amor é para nós, não existe cidade sem praça. Desde as antigas pólis, ela é essencial, o principal espaço de encontros. E amor na nossa vida também é o espaço onde encontramos o outro e a nós mesmos”, comenta a arquiteta.
Como funciona?
O licenciamento de eventos nos espaços públicos da cidade, sejam eles atividades recreativas, sociais, culturais ou religiosas, é regulado pela lei 5281/2013.
Segundo a Administração Regional do Plano Piloto, para atos ou manifestações públicas que contam com instalação da estrutura de palco, tenda ou circo, é necessário entregar à Administração Regional, croqui e Autorização do Iphan (caso seja na área da Esplanada dos Ministérios) com até 30 dias de antecedência do evento.
No caso de eventos sociais, de cunho familiar como celebrações e confraternizações de até duzentas pessoas – que sejam voltados para atividades sociais sem fins lucrativos e sem estrutura a serem vistoriadas – não é necessário a solicitação da licença. Basta informar a Secretaria de Segurança Pública.