Fórum Mundial da Água mobilizou 97 mil pessoas em Brasília
Solenidade de encerramento ocorreu nesta sexta no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Até o fim do dia, é possível visitar a Vila Cidadã
atualizado
Compartilhar notícia
Após uma semana de agenda intensa, foi encerrado, na manhã desta sexta-feira (23/3), o 8º Fórum Mundial da Água. Com o tema Compartilhando Água, a edição de Brasília, primeira no Hemisfério Sul, mobilizou público recorde de 97.181 pessoas até a noite de quinta-feira (22). A expectativa é chegar a mais de 100 mil até o fim da sexta-feira.
A cerimônia de encerramento ocorreu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, que reuniu a programação principal para os 10,5 mil pagantes do evento — 7 mil brasileiros e 3,5 mil estrangeiros.
Até as 21 horas desta sexta, ainda é possível visitar a estrutura de 10 mil metros quadrados montada no estacionamento da arena esportiva.
O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, se disse orgulhoso e agradeceu ao Conselho Mundial da Água pela confiança depositada no Brasil e na capital federal para sediar um evento desse porte. “Brasília já está com saudade de todos vocês. Se, para nós, a água sempre foi algo fundamental, depois do Fórum Mundial da Água, será ainda mais”, declarou Rollemberg.
O diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa-DF) e membro da comissão temática do fórum, Jorge Werneck, apresentou os temas trabalhados no Fórum da Água:
- Clima
- Desenvolvimento
- Pessoas
- Ecossistema
- Financiamento
- Ambientes urbanos
“Todos estão conectados aos temas transversais: compartilhamento, capacitação e governança”, explicou.
Outros números do 8º Fórum Mundial da Água
As discussões da edição brasileira do Fórum Mundial da Água atraíram, além do público recorde, 12 chefes de Estado, 134 parlamentares e 70 ministros de 56 países. A cobertura foi feita por 1.968 profissionais de imprensa, 150 deles estrangeiros.
O encontro internacional criou 8 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, nas atividades de conscientização, foram plantadas 10.333 árvores do Cerrado.
Membro da comissão política, o senador Jorge Viana (PT-AC) destacou o trabalho de juristas, parlamentares e chefes de Estado em prol da água. “Estabelecemos os objetivos de trabalhar a água como um direito humano e prioritário.”
Os debates do Legislativo resultaram na Declaração dos Parlamentares, texto que sela o compromisso com o uso racional e a boa gestão da água. Outros exemplos de documentos elaborados durante o fórum foram as Declarações Ministerial e das Autoridades Locais.
Uma das inovações do fórum brasileiro foi o grupo focal de sustentabilidade, que dialoga com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). “Considerar a transversalidade da água é essencial para pensamos o equilíbrio local e universal”, destacou a representante do grupo, Marina Grossi.
No discurso de agradecimento, a brasileira Tatiana Silva, representante da juventude do Conselho Mundial da Água, definiu o fórum como um ambiente de esperança em um futuro com água e saneamento de qualidade para todos.
“Temos que investir em um ambiente mais representativo e diverso, para que assim consigamos atingir ainda mais pessoas com o tema”, sugeriu para a próxima edição.
O presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, agradeceu a todos pelo empenho e destacou o envolvimento político e a participação cidadã no evento. “Atingimos plenamente nosso objetivo, de forma inclusiva e com resultados positivos que vão reverberar no futuro”, defendeu.
Ao fim da cerimônia, a colaboradora do governo Márcia Rollemberg entregou a Benedito Braga um compromisso assinado quinta-feira na sessão especial Água e Espiritualidade: um Encontro com o Sagrado.
Mediado por Márcia, o painel reuniu representantes de diversas matrizes religiosas para abordar o tema do compartilhamento de água.
Nona edição do Fórum Mundial da Água será em Dacar
O fórum ocorre a cada três anos e já passou por Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Kyoto, no Japão (2003); Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
A nona edição, em 2021, será em Dacar, no Senegal, e terá como tema Segurança Hídrica para Paz e Desenvolvimento.
Na cerimônia desta sexta, representaram o Brasil na passagem da bandeira para a comissão do Senegal o governador Rollemberg, a diretora da Agência Nacional de Águas (ANA) Cristiane Dias Ferreira, o diretor-presidente da Adasa-DF, Paulo Salles, o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, e o diretor-executivo do fórum mundial, Ricardo Andrade.
Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.
Em Brasília, ele foi organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Adasa-DF — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da ANA.