PMDF pede reforço e fecha balada clandestina com centenas de pessoas
Evento no SAAN foi interditado e multado em R$ 20 mil. Bar na Estrutural com aglomeração e festa ilegal recebeu as mesmas punições
atualizado
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Quase no fim da noite do domingo de Carnaval (14/2), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) precisou pedir reforço para fechar uma festa clandestina no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN). O evento Complexo Fora do Eixo contava com centenas de pessoas aglomeradas. Pelo menos outros dois locais foram interditados ao longo da noite.
Foi no Complexo Fora do Eixo, contudo, que as equipes de fiscalização do Governo do Distrito Federal verificaram a maior aglomeração de público. Além de os frequentadores da balada não respeitarem o distanciamento social, quase ninguém usava máscaras de proteção facial. As pessoas dançavam coladas umas às outras (foto em destaque).
O espaço foi interditado pela Secretaria de Proteção à Ordem Urbanística (DF Legal) e pela Vigilância Sanitária, que integram a força-tarefa com a PMDF e outros órgãos do governo local. Além da multa de R$ 20 mil, o evento ainda somou mais valores em relação ao desrespeito a normas sanitárias. O valor total a ser pago pelos responsáveis chega a quase R$ 30 mil.
Major Hudson, coordenador-geral do policiamento responsável pela fiscalização, explicou ao Metrópoles o motivo de o efetivo da PM ter pedido reforço: “Era muita gente alcoolizada. Precisamos de uma ajuda para poder dispersar todas do local”.
Veja imagens do lugar e do evento:
Outro local fechado no Plano Piloto foi o Bar da Boa, na 201 da Asa Sul: desta vez apenas pela Vigilância Sanitária. O estabelecimento foi interditado por não respeitar as normas de combate à Covid-19.
Ao todo, no Plano Piloto, a Vigilância Sanitária aplicou cinco autos de infração, além das interdições, enquanto que o DF Legal emitiu duas multas por descumprimento do decreto distrital que visa evitar a propagação do coronavírus. Outra penalidade foi relativa ao uso de espaço público.
Na Estrutural, a DF Legal interditou e multou em R$ 20 mil o Bar Resenha, que promoveu evento sem a devida autorização, com aglomeração e descumprindo as medidas sanitárias. Segundo a pasta, a festa clandestina no Resenha não respeitou o distanciamento social, e a maioria dos clientes estava sem máscara de proteção facial. Havia, inclusive, concentração de pessoas na rua onde fica o estabelecimento.
Veja fotos:
Ronda nas cidades
Pela segunda noite seguida, o Metrópoles percorreu cidades do DF para verificar o cumprimento do decreto do Governo do Distrito Federal que proíbe festas, eventos e blocos de Carnaval, visando evitar o aumento de casos da Covid-19. Além do Plano Piloto, a reportagem esteve nas seguintes regiões: Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), Sudoeste, Taguatinga, Águas Claras e Samambaia.
Próximo ao Nilson Nelson, o evento Hostel, que havia sido interditado na sexta-feira (12/2), já podia funcionar normalmente. A norma do estabelecimento determina que as pessoas fiquem sentadas durante shows, mas algumas foram flagradas em pé.
No Sudoeste, o Abençoado era o bar mais movimentado, com várias mesas espalhadas na frente das lojas vizinhas, com pessoas até na rua. Apesar da grande concentração, a PM não considerou haver aglomeração no local e seguiu monitorando a situação.
Confira as fotos dos locais visitados pelo Metrópoles:
Em Águas Claras e no Pistão Sul, quase não havia movimentação. Os poucos bares que resolveram abrir tinham um número reduzido de clientes, já em avançada hora.
O mesmo ocorreu em Samambaia. A noite corria tranquila até a Vila Butequim registrar uma briga entre frequentadores. A PMDF foi chamada e acalmou os ânimos. Além do empurra-empurra, a discussão causou aglomeração em frente ao bar.
Mais cedo, também neste domingo, a PMDF encerrou duas festas clandestinas realizadas no Paranoá, com aglomerações e desrespeito às normas sanitárias.
Ação durante o sábado
A DF Legal aplicou, no sábado (13/2), quatro multas no valor de R$ 20 mil em razão de festas ou eventos carnavalescos clandestinos. Todos os espaços autuados tiveram as instalações interditadas. Ainda segundo a secretaria, as equipes vistoriam 78 estabelecimentos nesse sábado, em 27 regiões administrativas do Distrito Federal.
Além dos quatro eventos punidos com a multa máxima, oito locais foram fechados por descumprirem protocolos sanitários e mais 10 por não terem a documentação necessária. Irregularidades que renderam multas que podem chegar a R$ 4 mil, cada uma, mas que se acumulam.
Como noticiado pelo Metrópoles no início na noite de sábado, um bar em Santa Maria e outro em Sobradinho foram os primeiros comércios a serem multados e interditados por fiscais da DF Legal durante o feriadão.
O Elite Lounge Bar, em Santa Maria, e o Garden Cozinha e Bar, em Sobradinho, promoveram eventos que desrespeitaram o distanciamento social e o uso obrigatório de máscaras por parte dos frequentadores, além de cometerem outras infrações sanitárias. No Elite, uma banda comandava a balada, e os clientes – a maioria sem proteção facial – dançavam próximos uns aos outros.
Veja imagens dos locais:
O Governo do Distrito Federal, como medida para evitar a propagação do novo coronavírus, publicou no Diário Oficial do DF de 11 de fevereiro decreto formalizando a proibição de festas, eventos ou blocos carnavalescos na capital, no período de 12 a 21 de fevereiro de 2021. O infrator está sujeito à multa de, no mínimo, R$ 20 mil, sem prejuízo de outras sanções previstas na legislação de combate à Covid-19.
Pouco depois da ação em Santa Maria e Sobradinho, equipes da força-tarefa que atuavam no Plano Piloto, interditaram o Mallí Bar, na orla da Ponte JK.
Segundo os agentes da DF Legal, o Mallí descumpria o controle necessário para entrada de pessoas, não disponibilizava álcool em gel e não aferia a temperatura de quem entrava. O estabelecimento também foi multado, mas, como não promovia evento ilegal, a cobrança será menor do que a dos bares com carnaval clandestino – o valor da multa, porém, não foi informado.
Veja fotos da ação no Mallí:
Veja imagens de outros locais fiscalizados pela força-tarefa:
Ação conta com 150 PMs
De acordo com o comandante Fábio Augusto, responsável pelo 1° Comando de Policiamento do DF, o monitoramento dos bares e restaurantes prioriza pontos de grande movimento. “Temos policiais em locais sensíveis, onde já sabemos que muitas pessoas vão, são [locais] consagrados. Eles fazem o monitoramento. Se houver necessidade, vamos lá para fazer a prevenção”, explicou o comandante.
Segundo o militar, a força-tarefa age quando percebe grande aglomeração dentro dos estabelecimentos, além do desrespeito ao limite do número de pessoas nesses espaços.
Denúncias de festas, eventos de Carnaval, aglomerações e descumprimento das regras sanitárias em estabelecimentos comerciais podem ser feitas por meio da Ouvidoria do GDF (162 ou site) ou pelo 190 da PM.
Os órgãos que fazem parte da fiscalização são: DF Legal; Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), da Secretaria de Saúde; Secretaria de Transporte e Mobilidade; Corpo de Bombeiros Militar do DF, PMDF, Polícia Civil, Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), Departamento de Trânsito (Detran-DF); Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF (Brasília Ambiental); Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), e Departamento de Estradas de Rodagens (DER-DF). A fiscalização da força-tarefa conta ainda com a participação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).