“Foi tentativa de homicídio”, diz pai de recém-nascido jogado no chão
O eletricista Wanderson de Santa Rita está transtornado com a negligência do Hospital do Gama, que levou quatro horas para prestar socorro
atualizado
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O pai do recém-nascido jogado no chão por uma enfermeira do Hospital Regional do Gama (HRG), na última segunda-feira (20/3), está revoltado. Ele disse ao Metrópoles que a equipe de servidores da unidade da rede pública foi negligente. “Isso é uma tentativa de homicídio. Quando a enfermeira foi tirar o lençol, a menina que estava ao lado do leito da minha mulher falou duas vezes que tinha um bebê lá. Ela não deu atenção e jogou o bebê no chão”, denuncia Wanderson Eduardo de Santa Rita, 33 anos.
Por causa da queda, o bebê sofreu traumatismo craniano e seguia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base até a manhã desta quinta (23), quando apresentou melhora e foi transferido para a clínica pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
A mãe da criança, a manicure Fabíola Maria Lopes de Abreu, 32 anos, está abalada. Ela se sente culpada por ter deixado o filho sozinho ao ir ao banheiro. “Ela está se perguntando se é uma boa mãe, nervosa, sem controle”, conta Wanderson. Agora que o machucado na cabeça desinchou, Fabíola conseguirá encontrar o filho pela primeira vez depois do incidente.
Confira a entrevista:
Mesmo com a aparente melhora da criança, Wanderson ainda vive angustiado, com medo de eventuais sequelas causadas ao menino, que nasceu saudável.
A única certeza do eletricista é recorrer à Justiça: “Vou entrar com processo contra o Hospital do Gama e a enfermeira. A negligência de uma pessoa pode atrapalhar o resto da vida da criança”. O caso está sendo investigado pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama) como lesão corporal culposa.
O outro lado
O diretor do HRG, José Roberto de Deus Macedo, confirma que a criança caiu no chão. Mas dá outra versão para o ocorrido. Disse que a enfermeira foi socorrer uma outra mãe e puxou o lençol para cobrir uma cadeira suja de sangue, para que a mulher pudesse se sentar. A Corregedoria da Saúde investiga o caso para indicar de quem é a responsabilidade. De acordo com o hospital, a enfermeira tem 18 anos de serviço.
Embora a criança tenha batido a cabeça e ficado com um hematoma, foi liberada para permanecer com a mãe. Mas, em função do agravamento do estado de saúde, o recém-nascido precisou ser transferido para o Hospital de Base do DF (HBDF) pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde ficou aguardando vaga na UTI.