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Fogos de artifício com estampido aterrorizam cães e gatos no DF

Apesar de serem proibidos, artefatos foram soltos no Natal e, sem fiscalização, tutores temem mais momentos de sofrimento no Ano Novo

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Cachorro em frente de árvore de Natal
1 de 1 Cachorro em frente de árvore de Natal - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Em pleno Natal, fogos de artifício com estampido colocaram em risco a paz e a saúde de cachorros, gatos, pássaros e outros bichos em diversos pontos do Distrito Federal. O modelo é ilegal na capital brasileira. Mas, sem fiscalização, tutores e instituições de defesa dos animais temem uma nova queima de artefatos sonoros nas festas de Ano Novo.

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A cachorrinha Flor também sofreu com a queima de fogos sonoros
O DF tem uma lei em vigor proibindo a comercialização de fogos com estampido, mas não há fiscalização
Vanda se isola das festas junto com os bichos para protegê-los
Leia ficou com tanto medo que não aceita carinho da tutora
Kika treme de medo com o barulho dos fogos
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Paçoca viveu momentos de pânico com queima de fogos de artifício com estampido

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A cachorrinha Flor também sofreu com a queima de fogos sonoros

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O DF tem uma lei em vigor proibindo a comercialização de fogos com estampido, mas não há fiscalização

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Vanda se isola das festas junto com os bichos para protegê-los

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Leia ficou com tanto medo que não aceita carinho da tutora

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Kika treme de medo com o barulho dos fogos

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O estresse pode matar os animais

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Com medo, os bichos podem sofrer acidentes e fugir de casa

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Atormentado pelo barulho dos fogos, Paçoca, um shih-tzu de 7 anos, passou mal na casa onde mora, na Área de Desenvolvimento Econômico de Águas Claras. “Ele ficou imóvel, como se estivesse desmaiado. Depois, passou a tremer, com se estive tendo convulsões”, contou a tutora Nayara de Lira Lacerda, 39, auxiliar de limpeza.

Paçoca sempre teve medo com barulho, mas a crise no Natal assustou Nayara. “Levamos o maior susto dessa vez. No dia 25, ele ainda ficou mal. Andava com o rabo para baixo e querendo se esconder”, relatou.

“É muito desagradável. Os cães fazem parte das famílias. São como nosso filhos. É uma aflição muito grande. A gente fica com medo de perdê-los. Esperamos que isso não se repita no Ano Novo, mas já estamos nos preparando”, desabafou.

Lei ignorada

Moradora da Granja do Torto, a diretora da ProAnima, Mara Moscoso, viveu o mesmo drama com cachorra Flor, resgatada há 3 anos. Seguindo as recomendações de um veterinário, a tutora tentou amenizar a situação, mas a cachorrinha viveu momentos de pânico. Para a ativista, foi uma tortura.

Segundo a ativista, a Lei Distrital nº 6.647, de 2020, proíbe os fogos com estampidos no DF. “É importante salientar que não estão proibidos fogos de artifício. O que está proibido é a comercialização de fogos com estampido”, assinalou. No entanto, de acordo com Mara, a legislação é desrespeitada por falta de fiscalização.

Em situações de estresse por barulho, segundo Mara, os tutores não devem administrar remédios e calmantes para os pets, sem orientação veterinária. Além das crises, os animais podem fugir ou até mesmo sofrer acidentes graves dentro de casa. “É uma falta de respeito à vida”, desabafou.

“A gente não está falando só de cães e gatos. Isso afeta todo tipo de animais domésticos. Já tem estudo comprovando que galinhas param de botar ovos durante um ou dois dias após os fogos. Todos os animais sofrem, porque dependem da audição e do olfato para sobreviver”, ressaltou.

A ProAnima lançou a campanha de conscientização nas redes “Sua celebração é nosso maior pesadelo“. Segundo a instituição, os fogos com estampido podem chegar a frequências acima de 130 decibéis. É mais do que o dobro do suportável para não causar estresse físico e psicológico em animais domésticos e silvestres.

De acordo com Mara, o estresse pode matar os bichos. “Pessoas com espectro autista, idosos, grávidas, recém-nascidos e acamados também sofrem com o barulho. É uma questão de respeito humano e também com os animais”, assinalou. Nos condomínios, síndicos podem orientar e denunciar.

Isolamento

Para proteger Leia Skywalker do barulho dos fogos, a tutora Vanda, 57, funcionária pública, se isola em um quartinho durante as festas. Ela fica abraçada com a cadela da raça dachshund, de 5 anos, até o ambiente ficar seguro. O mesmo cuidado é oferecido para a cachorrinha sem raça definida Kika, pertencente a uma família de amigos.

Leia e Kika não tinham medo de fogos quando eram filhotes. “Mas, agora, a Kika treme. E Leia morre de medo de barulho em geral”, contou. Neste Natal, elas não sofreram com barulho no Condomínio Entrelagos. Mas, por precaução, Vanda passou a meia-noite deste Natal em um ambiente isolado.

Veja o drama de Leia e Kika no Natal de 2020:

“Na hora em que estava todo mundo se abraçando, se beijando, eu estava agarradinha com elas. Elas ficam com tanto medo, que não aceitam carinho. Não ficam paradas. E, se deixar a porta aberta, elas fogem. A orelhinha balança de tanto medo”, comentou. Em 2020, houve barulho, e as cachorrinhas sofreram.

“Nossos cachorros têm a proteção da família, uma condição de proteção. Mas e os cachorros de rua? Eles não têm para onde correr ou se esconder. E os que vivem em canis? Eles não podem ser protegidos, abraçados. Por isso, é importante que a população crie consciência. Esse barulho, o medo, o pavor, atinge o coração deles”, lamentou Vanda.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com o Governo do Distrito Federal (GDF) sobre a questão. Por nota, o Executivo local argumentou que a lei não foi regulamentada; por isso, não há fiscalização.

Leia a nota:

“Até o momento, a lei em questão não foi regulamentada e, por este motivo, ainda não está acontecendo a fiscalização de forma sistemática.”

 

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