Flakka: nova droga sintética chega ao Distrito Federal
De aparência inofensiva, em forma de pequenos cristais que lembram sais de banho, o entorpecente tem efeito devastador e pode causar a morte
atualizado
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Devastadora, uma nova droga sintética que aterroriza a América do Norte e parte da Europa desembarcou no Distrito Federal. As primeiras porções de uma substância alucinógena conhecida como “Flakka” foram apreendidas em meados de 2016 pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da Polícia Civil. Mais potente que o ecstasy ou o LSD, o entorpecente é vendido para usuários de alto poder aquisitivo. Não é barato. Um grama custa R$ 100.
Existe a suspeita de que um jovem de classe média morto no DF, no ano passado, possa ter sofrido uma overdose provocada por uma droga sintética semelhante à Flakka. Trata-se de um adolescente, morador do Plano Piloto, mas os investigadores não dão mais detalhes sobre o caso.
De aparência inofensiva – em forma de pequenos cristais que lembram sais de banho –, a Flakka, cujo termo é derivado do espanhol e significa mulher magra, é sintetizada em países como a China e o Paquistão. Os primeiros estudos sobre a substância foram conduzidos pelo DEA, órgão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos responsável pela repressão e controle de narcóticos.
A Polícia Civil do DF mantém convênio com o DEA para troca de informações sobre as investigações que envolvam drogas sintéticas. Apesar da experiência, peritos dessas corporações, habituados ao estudo de substâncias psicotrópicas, afirmam que a Flakka provoca alucinações jamais vistas por eles.
A suspeita das autoridades do DF é que os carregamentos de Flakka estejam chegando à capital da República pelo sul do país, principalmente por Florianópolis. “Pelas imagens e vídeos que já vimos, as pessoas que foram detidas ou tiveram registro por suposto uso da substância apresentaram um comportamento extremamente alterado”, revelou o diretor da Cord, delegado Rodrigo Bonach.
Poder de dependência
O delegado lembrou que a tecnologia e equipamentos dos laboratórios de drogas sintéticas estão aprimorando a produção e aumentando o número de substâncias psicoativas, principalmente para aumentar o poder de dependência desses narcóticos. “Muitas drogas não podem ser inteiramente identificadas por exames toxicológicos”, disse Rodrigo Bonach.
O principal departamento de investigação dos Estados Unidos, o FBI, chegou a produzir vídeos com usuários sob o efeito da droga para alertar a população sobre os perigos da Flakka. Cidadãos norte-americanos também já flagraram nas ruas usuários sofrendo com os efeitos do entorpecente (veja vídeo).
Lista atualizada
Procurada pelo Metrópoles, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a lista de substâncias proibidas é atualizada sistematicamente após qualquer produto suspeito de ser usado como droga alucinógena ser periciado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Federal. “Quando apreendidas, são consideradas substâncias de trânsito ilícito. A comercialização, o porte ou a utilização são considerados crime”, ressaltou a agência, em nota.
Uma das substâncias incluídas na Flakka é a metilona, um alucinógeno sintético semelhante ao ecstasy. Outra que teve o uso proibido foi a metoxetamina, droga recreativa com efeitos estimulantes, e que está também presente no entorpecente produzido de forma sintética.