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“Fiz o que um ser humano sensato faria”, diz Jair, agredido por bombeiro

Segundo o programador, ele não imaginou os riscos que correria logo após defender a mulher do suposto assédio ocorrido em uma fila do Metrô

atualizado

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homem ameaçando negro
1 de 1 homem ameaçando negro - Foto: Reprodução

O programador de computadores Jair Aksin Reis Canhête, 25 anos, agredido e ameaçado com uma arma pelo 1º sargento Guilherme Marques Filho, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), após defender uma mulher contra um suposto assédio do militar, pretende levar o episódio até as últimas consequências. O caso, ocorrido na sexta-feira (18/12), na estação do Metrô da Praça do Relógio, em Taguatinga, foi relevado pelo Metrópoles na manhã de sábado (19/12).

Segundo o programador, ele não imaginou os riscos que correria logo após defender a mulher do suposto assédio ocorrido em uma fila da estação, momento em que a moça aguardava para comprar um bilhete. “A imagem que eu queria passar não era a de um super-herói ou qualquer coisa do tipo. Era mais de um ser humano sensato. Não imaginava que depois teria uma arma apontada para mim”, disse.

Jair relatou que pretende resolver o caso o mais rápido possível para retornar à vida normal. “Meu objetivo e o da minha família é lidar com essa situação o mais rápido possível e tentar levar o agressor à Justiça o quanto antes. Também procuramos pela moça que estava no Metrô para que ela possa registrar o caso de assédio”, explicou.

 

 

Ameaça

Após a confusão na estação, os fiscais do Metrõ pediram para que Jair permanecesse mais alguns instantes no local e deixasse o militar ir embora. “Falaram que o cara estava estressado, mas quem havia cometido crime era ele. De qualquer forma, esperei por 15 minutos e depois segui meu caminho”, explicou.

Sobre os momentos de pânico, quando foi encurralado pelo sargento dentro de uma loja, o programador relatou que tentou manter a tranquilidade para evitar levar um tiro.

“Eu não sei de onde tirei a tranquilidade no momento em que ele sacou a arma. Quando eu o vi vindo em minha direção saindo de onde ele estava escondido, entrei na loja já esperando que a ação dele cessasse. Porém, quando vi que ele não desistiria, procurei me posicionar próximo a uma câmara e fiquei com o corpo inclinado, para que eu pudesse virar o corpo e as imagens pudessem mostrar que ele agiu de forma covarde”, finalizou.

O outro lado

Na noite de sábado, o sargento concedeu entrevista na qual afirmou que toda a confusão ocorreu por ele estar usando uma camisa com a foto do presidente Bolsonaro (sem partido). O militar informou que irá à delegacia neste domingo (20/12) para registrar ocorrência contra o rapaz. Em vídeo que rodou o país, o bombeiro aparece de arma em punho, gritando e dando dois tapas no jovem, que não reage.

“Todo mundo está vendo só um lado da moeda”, declarou, em entrevista ao Metrópoles. Na versão de Marques Filho, Jair Aksin o encarava desde a entrada no Metrô. O sargento assegura que não assediou mulher alguma. “Apenas dei bom dia para uma moça. Fui agredido primeiro e minha atitude contra ele não foi por acaso”, garante.

 

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