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Fiscalização flagra falta de funcionários, insumos e vagas no HBDF

Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa visitou Hospital de Base na manhã desta 4ª. Em nota, Iges-DF reconheceu problemas citados

atualizado

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Julia Bandeira/Metrópoles
Hospital de Base.   Brasilia(DF), 08/01/2019
1 de 1 Hospital de Base. Brasilia(DF), 08/01/2019 - Foto: Julia Bandeira/Metrópoles

Em fiscalização no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), na manhã desta quarta-feira (8/11), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa (CLDF) flagrou condições críticas na unidade de saúde gerida pelo Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF).

A visita ocorreu após a comissão receber diversas denúncias sobre a situação no local. Pacientes e parentes de internados relataram haver falta de leitos e de insumos básicos para as atividades. Além disso, servidores que entraram em contato com o colegiado criticaram as condições de trabalho na unidade de saúde.

Durante a inspeção, parlamentares do colegiado encontraram pacientes internados em corredores; infiltrações na cozinha do hospital; número de profissionais insuficiente para os atendimentos em diferentes setores; e leitos improvisados no pronto-socorro, devido à superlotação.

Com capacidade para 71 pacientes, a Emergência do HBDF tinha 178 internados no momento da visita. Outras 17 pessoas aguardam vaga para serem transferidas para a unidade de terapia intensiva (UTI).

Veja imagens:

Equipe insuficiente

Mesmo com a grande quantidade de pessoas à espera de atendimento e de pacientes internados, só três médicos trabalhavam durante o turno desta manhã, bem como 14 enfermeiros. A direção do hospital acrescentou que, ao longo do dia, sete fisioterapeutas ficam disponíveis e três trabalham à noite.

A quantidade insuficiente de funcionários na cozinha, segundo a comissão, tem atrasado a alimentação de todo o hospital. O ideal seriam 249 profissionais disponíveis, mas apenas 153 estavam presentes. A equipe de fiscalização também flagrou muita sujeira no local, que passou por obras recentemente, e infiltrações na dispensa – também reformada.

O deputado distrital Fábio Felix (PSol) considerou a reforma da cozinha uma medida paliativa. “Ela não foi entregue oficialmente para a empresa [responsável pelas atividades]. Várias áreas da reforma têm se deteriorado, quebrado, e faltam profissionais. Há cerca de 100 a menos do que o necessário para o atendimento”, afirmou.

Além do parlamentar e de outros integrantes do colegiado, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanharam a visita. “Vamos produzir um relatório sobre a situação, encaminhar para a Secretaria de Saúde, para a gestão do Iges-DF e, também, para o Ministério Público. É urgente haver uma solução para o que está acontecendo”, acrescentou o distrital.

“Centro de referência”

Em nota, o Iges-DF informou que o HBDF enfrenta uma situação de superlotação no pronto-socorro, com um número significativamente maior de pacientes do que a capacidade total para atendimento. “Por ser um hospital de portas abertas, ele recebe e acolhe todo paciente que busca cuidados médicos. E, por ser um centro de saúde de referência em todo o país, o setor apresenta número elevado de enfermos provenientes dos mais diversos estados brasileiros”, justificaram.

No texto, o instituto ressaltou que trabalha para aprimorar as condições do hospital. “Reconhecemos os inconvenientes da superlotação, a complexidade dele [do hospital] e seguimos buscando alternativas de gestão para melhorar a qualidade do atendimento. Pedimos a compreensão da população e reforçamos nosso compromisso em fornecer um serviço digno a todos que procurarem o HBDF”, completou.

O Metrópoles também entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), mas não teve retorno até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

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