Fiscalização aponta atrasos em cirurgias no Hmib por falta de insumos
Fiscalização do TCDF constatou que a falta de insumos e medicamentos no Hmib pode ter atrasado cirurgias para detectar câncer de endométrio
atualizado
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Uma fiscalização do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) constatou que a falta de insumos e medicamentos no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) pode ter atrasado a realização de cirurgias como a histeroscopia diagnóstica, indicada para detecção de câncer de endométrio.
A vistoria apontou que os centros cirúrgicos das áreas de ginecologia e obstetrícia do espaço também sofrem com escassez de equipamentos e falta de manutenção.
A fiscalização apurou impropriedades apontadas em representações do Ministério Público de Contas (MPC-DF) apresentadas em 2023, sendo analisadas neste ano pelo tribunal.
Segundo uma das denúncias, a fila de espera do grupo prioritário para a histeroscopia diagnóstica demorava cerca de um ano, devido à falta de instrumento adequado.
Em relação ao abastecimento de insumos, o relatório de inspeção do TCDF revelou que o hospital apresenta ausência recorrente de itens, como luvas, toucas, máscaras e medicamentos.
Segundo o documento, a aquisição emergencial desses objetos só é feita após o consumo total dos estoques. O tempo de espera entre a solicitação de aquisição dos itens e o seu recebimento é de 141 dias.
Um questionário foi aplicado aos funcionários que atuam nas áreas de ginecologia e obstetrícia para avaliar as condições e a disponibilidade dos equipamentos. Mais de 60% dos profissionais entrevistados responderam que o Hmib apresenta falta recorrente de algum insumo, e que tal situação pode impactar negativamente nos atendimentos prestados.
Projetos em andamento
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou, nesta sexta-feira (5/7), que respondeu aos questionamentos do TCDF referentes ao Hmib. A pasta ressaltou que conta com uma Diretoria de Programação (Dipro), responsável por fazer o planejamento de compras de equipamentos hospitalares, e que trabalha para manter o abastecimento na rede, inclusive de maneira imediata, “quando há necessidade de antecipação das aquisições”.
“Destacamos que o hospital recebeu equipamentos como berços para recém-nascidos, berços aquecidos, incubadoras e monitores fetais (cardiotocógrafo). Houve importante melhoria no serviço do Hmib, tendo em vista o contrato de manutenção preventiva e corretiva para camas Pré-Parto, Parto e Pós-parto (PPP), berços aquecidos e incubadoras”, comunicou a SES-DF.
A pasta acrescentou que há previsão para construção de novos Centros de Parto Normal (CPN). Em Ceilândia, a obra foi selecionada por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, atualmente, encontra-se em fase de elaboração de projetos.
“Também há projeto para implantar uma CPN intra-hospitalar, no Hospital Regional de Planaltina (HRPl), e o Centro Obstétrico dessa unidade está em revitalização. A Casa de Parto de São Sebastião é outro espaço a ser revitalizado. Há, ainda, projeto de CPN para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT)”, detalhou a secretaria.
A SES-DF também lembrou que “o contrato de manutenção predial permite que os gestores locais promovam intervenções estruturais, pontuais (revitalização, manutenção em redes de gás medicinal, manutenções hidráulicas, elétricas, entre outras) nos vários ambientes da unidade”.