Fiscais do Ibram investigam presença de pirarucu no Lago Paranoá
Animal é um dos maiores peixes de água doce do mundo, encontrado, geralmente, na Bacia Amazônica e no Rio Araguaia
atualizado
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Após um pirarucu de 1,3m ser gravado nas águas do Lago Paranoá, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) informou, nesta segunda-feira (12/4), que vai investigar a presença do animal no espelho d’água. O flagrante aconteceu na última terça-feira (6/4).
Por meio da assessoria de comunicação, o órgão responsável pelo controle e pela fiscalização ambiental do DF revelou que, diante da denúncia, será realizada a verificação em campo, obedecendo ao cronograma do Ibram.
“Os fiscais tentarão localizar o peixe e se há outros pirarucus na região. Dessa forma, verificaremos a necessidade de outras ações e monitoramento”, detalha o comunicado.
Veja imagens do peixe:
Conforme explica o pesquisador Eduardo Sousa, na área de recursos aquáticos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essa espécie de peixe é comumente encontrado na Amazônia ou no Rio Araguaia, mas nada impede que alguém solte o animal ainda filhote em reservatórios de outras regiões do país, como no caso do Lago Paranoá.
“É comum vermos pessoas colocando em chafarizes, lagos artificiais… Esse, especificamente, deve ter conseguido se adaptar [ao lago] comendo frutos e pequenos peixes, e cresceu”, explica Eduardo Sousa.
Gigante dócil
O especialista assegura que não há com o que se preocupar ao se deparar com o enorme peixe. Dóceis, eles costumam comer na mão de quem oferece alimento. Nas imagens registradas em Brasília, o animal parece brincar com um cachorro, que acompanha os movimentos do peixe do alto de um píer, às margens do espelho d’água.
“Só pode ter algum problema caso tente tirá-lo da água. Por ele ter uma escama óssea, pode machucar a pessoa quando começa a se debater. Vi casos de quem foi acertado na cabeça e desmaiou”, comenta o especialista.
Adriana Ferreira, também pesquisadora da Embrapa, estima que o pirarucu do vídeo deva pesar 40kg e medir, pelo menos, 1,3m de comprimento. “Ele ainda é jovem, deve ter entre 3 e 4 anos”, comenta.
Estudiosa dos hábitos da espécie, ela diz que os pirarucus costumam nadar em cardumes e, ter um sozinho, indica que não deve haver outros da espécie pela região do flagrante. “Ele parece bem acostumado ao ambiente, pois não se assustou com a pessoa filmando nem com o cachorro. Deve estar ali há mais tempo”, destaca.
A continuidade do pirarucu no lago, no entanto, não é garantida. Adriana explica que esses peixes têm uma reprodução muito específica e, fora do habitat, é ainda mais complicado. “Eles escolhem uma parceira, tem todo um ritual do macho nadando ao redor da fêmea, eles precisam escolher um local… Mesmo que esse peixe do vídeo encontre alguém, não é garantia de ter o cruzamento”, explica.