Mesmo com fim da greve dos ônibus, volta para casa tem perrengue no DF
A greve dos rodoviários foi suspensa no fim da tarde desta segunda (6/11), mas o clima na hora da volta para casa era de caos e incerteza
atualizado
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Apesar do acordo para suspender a paralisação dos rodoviários, a volta para casa de quem depende de ônibus no DF foi complicada e sem hora garantida. O primeiro coletivo só apareceu na rodoviária por volta das 19h20.
A técnica de enfermagem Marlúcia Souza, 53 anos, foi a primeira passageira a embarcar no transporte. Ela contou que já tinha terminado o primeiro expediente em uma unidade hospitalar na Asa Norte, mas faria um segundo turno em outro hospital, na Asa Sul. “Eu fiquei aqui um tempo, vim de carona, se não voltasse o ônibus voltaria para casa”.
A reportagem esteve na Rodoviária do Plano Piloto após a decisão da categoria, em assembleia, de retornar os serviços. Em uma hora, apenas três ônibus regulares estacionaram no local. Sem ônibus na passarela da rodoviária, painéis em cada box até indicavam horário de parada e as linha de ônibus que não estavam no local.
Ao contrário, os boxes eram ocupados por transportes piratas. Um motorista que não quis se identificar tem o ônibus credenciado para transporte escolar, mas aproveitou da greve para fazer o transporte irregular.
“Eu estou aqui sacando um dinheiro para pegar um pirata”, contou o porteiro Reinaldo Fernandes, 49. Na ida, ele conta que teve prejuízo e praticamente pagou para trabalhar.
“Peguei um Uber que me cobrou R$ 85, até assustei”, lembrou. Ainda com o alto valor do transporte, Reinaldo chegou uma hora e meia atrasado no serviço. “O patrão entende, mas era para entrar às 7h e cheguei às 8h30”.
A empregada doméstica Ellen Mota estaria no caminho de casa às 18h, mas sem o ônibus que faz o trajeto direto, ela ainda não tinha previsão de que horas chegaria ao lar. “Estou também esperando meu marido para a gente pegar junto um transporte pirata mesmo ou então voltar com ônibus que vai para Goiás, que de lá a gente vai para Planaltina”, destaca.
Ela disse que pagou R$ 8 para ir até a rodoviária hoje e de lá o patrão a buscou, mas que a volta já seria mais cara. “Só do Sudoeste para a rodoviária já gastei R$ 10”.
Para o farmacêutico Antônio Bonifácio, 48, a melhor forma foi combinar com alguns colegas para dividir o passagem de transporte por aplicativo. “Hoje também fizemos isso, a gente tem um grupo e aí cada um deu um pouco”.
Os passageiros que vão para Ceilândia e Samambaia puderam ainda contar com o metrô. Apesar de ter que suprir toda a demanda, os trens não estavam tão lotados e os passageiros puderam voltar sentados.