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Fim de pagamento em dinheiro preocupa cobradores de ônibus do DF

Semob-DF decidiu pelo fim do dinheiro a bordo dos ônibus a partir de 1º/7. A ação, no entanto, preocupa os rodoviários da capital federal

atualizado

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Myke Sena/ Especial para o Metrópoles
Ônibus - Metrópoles
1 de 1 Ônibus - Metrópoles - Foto: Myke Sena/ Especial para o Metrópoles

Com o fim da possibilidade do uso de dinheiro para pagar a passagem de ônibus a partir de 1º de julho, rodoviários do Distrito Federal demonstraram preocupação com uma parte da categoria: os cobradores.

“Nós somos totalmente contra a retirada dos cobradores. Como eu falei para o secretário de mobilidade, vai haver resistência do sindicato caso queiram tirar os cobradores. Nós não vamos concordar”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, João Jesus de Oliveira.

Atualmente, o DF tem cerca de 5.300 cobradores.

Ele conta que foi divulgado que não há interesse do governo pelo fim dos cobradores. As informações, segundo Oliveira, foram repassadas em uma audiência pública na Câmara Legislativa. Apesar disso, o sindicato aponta que não houve uma conversa direta para debater o assunto.

“Nós precisamos participar dessa discussão. É uma discussão que nos interessa […] Vamos defender o posto de trabalho dos cobradores, sem dúvida nenhuma”, acrescentou João Jesus.

Tipos de pagamento aceitos

A portaria indicando o fim do dinheiro nos coletivos foi publicada na edição desta quinta-feira (16/5) do Diário Oficial (DODF).

Segundo a publicação, a partir de julho só serão aceitos os seguintes tipos de pagamento:

  • Cartão Mobilidade
  • Cartão Vale Transporte
  • Cartão de débito e crédito
  • QR Code

O presidente do sindicato indica a relevância do avanço tecnológico e informatização no transporte público, mas ressalta um ponto negativo: “Vai ter muita dificuldade para algumas pessoas que dependem dos ônibus dentro do Distrito Federal. Vai ter essa dificuldade de usar o cartão e não poder pagar. A pessoa pode não ter ali um celular que possa pagar com Pix, ou, às vezes, um cartão”.

O rodoviário ressalta que a função do cobrador vai além de simplesmente entregar o troco para o passageiro. “Ele está aí pra poder auxiliar o motorista no trânsito, no embarque e desembarque. E está ali para dar informação para população, ajudar idosos e cadeirante. Hoje, o elevador tem que auxiliar manualmente ali com o aparelho, subir e descer o cadeirante”.

A Semob foi questionada pelo Metrópoles se houve debates com setores da sociedade civil e com o sindicato dos rodoviários para analisar o processo. Também foi perguntada sobre a função dos cobradores caso o pagamento em dinheiro seja extinto. O órgão apontou que iria se pronunciar em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (16/5).

No mês passado, em entrevista à coluna Grande Angular, o secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, Zeno Gonçalves, relatou que os validadores que permitem o pagamento da passagem com cartões e Pix está em fase de teste em 134 ônibus da Marechal.

Veja a entrevista:

“Nós temos um cronograma de fazer pilotos em regiões como, por exemplo, Gama, Santa Maria ou Sobradinho – gente está avaliando – nos quais não serão mais aceitos pagamento em espécie dentro dos ônibus. As pessoas vão poder usar os seus cartões ou adquirir um bilhete”, disse Gonçalves.

Segundo o secretário, a pasta fará ampla divulgação sobre a novidade, e o objetivo é que, ainda este ano, haja “retirada total do dinheiro a bordo”. A portaria que trará os detalhes do projeto será publicada ainda no primeiro semestre de 2024, de acordo com o gestor.

“Vai ter uma transição. A gente vai fazer muita propaganda, vai divulgar para as pessoas. Ainda este ano nós vamos ter tanto essa possibilidade de retirada total do dinheiro a bordo, como também a previsibilidade”, afirmou.

O deputado distrital Max Maciel (PSol), presidente da Comissão de Mobilidade e Transporte Urbano da CLDF, ressalta que a importância de que outras possibilidades de financiamento apareçam, mas não se pode eliminar ou dificultar o usuário acesso ao sistema: “A secretaria precisa, então, estabelecer novos canais e pontos de recargas para aquisição de bilhetes de fácil acesso à população e não só em um único aplicativo”.

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