“Filme de terror”, diz brasiliense que mora em NY sobre névoa de cinzas. Vídeo
Cinzas derivadas dos incêndios em florestas no Canadá atingiram parte dos Estados Unidos nos últimos dias
atualizado
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A jornalista brasiliense Luryan Junqueira, 29 anos, vivenciou nos últimos dias, na cidade onde mora, Sleepy Hollow, localizada a cerca de 45 minutos do centro de Nova York, os impactos das queimadas de florestas canadenses. Ela conta que o céu alaranjado pela “névoa”, na última quarta-feira (7/6), parecia um verdadeiro “filme de terror”.
Ao menos 18 estados americanos foram atingidos pelo rescaldo das chamas dos incêndios florestais que tomaram cerca de 8,7 milhões de acres, o equivalente a 35 mil km², de acordo com a ABC News. Na última quarta, a densa camada de cinzas tornou Nova York como a detentora do título de cidade com pior qualidade do ar no mundo.
Luryan conta que já era possível perceber um pouco de fumaça no ar na última terça-feira (6/6). “Já amanheceu o dia com muita fumaça, mas nada muito maluco”, narra.
“Na quarta-feira, estava tudo laranja, parecia filme de terror. E foi quando a fumaça engoliu o estado de Nova York. As aulas na cidade foram canceladas na quarta e na quinta. Aqui onde eu moro, as escolas não foram fechadas, mas as crianças ficaram o tempo todo dentro de casa. Foi assustador”, conta.
Assista ao relato completo:
A recomendação das autoridades era de que as pessoas saíssem para a rua utilizando máscaras somente quando necessário. “Todo mundo ficou em casa, as ruas estavam vazias. Foi horrível. Está calor. A gente não podia sair e ficou à mercê disso, trancado dentro de casa”, relata.
A brasileira destacou que a situação começou a se normalizar na última quinta-feira (8/6) e que a perspectiva para o fim de semana é que o impacto dos incêndios se normalize, segundo as autoridades locais.
“Quem é do Centro-Oeste lida bastante com as queimadas, em como fica o ar. Mesmo sendo de Brasília, eu nunca vi nada igual, foi assustador. Tenho alguns amigos em outros estados [dos EUA], e eles também passaram pela mesma situação e ficaram se questionando o que fazer.”
Aviso prévio
A arquiteta Olivia Nasser, 31, moradora de Nova York há três anos e meio relatou que estava “preparada” para lidar com a situação, devido a um aviso enviado pela empresa em que trabalha. “Recebi um pré-alerta por e-mail do coordenador de segurança, na segunda, e uma notificação oficial, na terça-feira, sobre a qualidade do ar. Ganhei uma máscara e, depois, fiquei sabendo que era por causa das queimadas”, detalhou.
A brasileira trabalha na área de gestão de obras hospitalares e contou que o alerta também serviu como orientação para o tipo de atividade feito nas construções. “Pediram para evitar serviços que gerassem calor ou muita poeira, como corte de metal”, comentou. “Hoje [sexta], estou trabalhando de casa. Mas a cidade está com aquela neblina. Não dava para ver nada na quarta-feira. Você olhava pela janela e só via o prédio à frente. Foi bem caótico, uma coisa bem assustadora.”
Viagem sob risco
Residente nova-iorquina há dois anos, aproximadamente, a publicitária Amanda Ravelli, 26, teve de ficar em casa nos dias de névoa mais intensa. “Abri a persiana, por volta das 13h [de quarta-feira], e vi que estava tudo amarelado. Parecia o pôr do sol. Estava muito difícil de enxergar. Eu conseguia ver a rua, mas não muito longe”, disse.
Com passagens compradas para viajar ao Brasil nesta sexta-feira (9/6), Amanda está preocupada com a volta para casa. “Estou contente de fugir um pouco, mas, ao mesmo tempo, essa questão do voo me preocupa. Não houve qualquer indicação de que seria cancelado, só que, quando fui fazer o check-in, a empresa avisou sobre as condições climáticas e informou que o voo poderia ser remanejado”, completou a jovem.
Qualidade do ar
Nos últimos dias, o ar foi considerado prejudicial à saúde em diversas regiões dos EUA, de forma que todas as pessoas devem limitar o tempo que ficam fora de casa. Imagens que circulam nas redes sociais mostram a cidade de Nova York imersa na fumaça. Confira: