metropoles.com

Filho denuncia hospital do DF após corpo do pai entrar em decomposição

Segundo a família, o cadáver não teria sido refrigerado após a morte, impossibilitando o velório com caixão aberto por conta da decomposição

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Hospital-do-Paranoa
1 de 1 Hospital-do-Paranoa - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Familiares do mestre de obras Evaldo Paulo da Silva, de 54 anos, buscam respostas para o que aconteceu no Hospital Regional do Paranoá, após a rede saúde supostamente não ter refrigerado o corpo do autônomo ao longo de dois dias. Sem o procedimento adequado, o cadáver teria entrado em decomposição, impossibilitando o velório com caixão aberto.

O martírio enfrentado pela família começou no último dia 10/9, quando Evaldo apresentou um mal súbito. “Meu pai deu entrada no hospital com os seguintes sintomas: dores na cabeça e no corpo e gripe”, relembra o filho Thalisson de Sousa Paulo, 18. “Uma médica informou que era infarto. Ele começou os sintomas três dias antes. No sábado (10/9), pela manhã, piorou”.

Após alguns minutos, o homem teve o óbito declarado. “Informaram que meu pai tinha dado uma parada cardíaca, mas teria voltado e eles o intubaram. Passando alguns minutos, informaram que meu pai não teria resistido”, completa. Assim, foi solicitado a necropsia para saber a causa exata da morte”.

5 imagens
Paciente faleceu no sábado (10/9)
Corpo teria entrado em decomposição após a morte no hospital
Evaldo deixa nove filhos
Pacientes enfrentam problemas no local
1 de 5

Evaldo tinha 54 anos

Arquivo pessoal
2 de 5

Paciente faleceu no sábado (10/9)

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 5

Corpo teria entrado em decomposição após a morte no hospital

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 5

Evaldo deixa nove filhos

Hugo Barreto/Metropoles
5 de 5

Pacientes enfrentam problemas no local

MICHAEL MELO/METRÓPOLES

A família ligou diariamente para o hospital, onde foi informada que o corpo seria encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) após passar por um teste de Covid-19. “No mesmo dia do óbito, foi coletado o exame de Covid pedido pelo SVO. Mas, de acordo com o hospital, o órgão responsável pelo exame não teria coletado o exame. Todos os dias ligávamos e íamos até o hospital, mas nada de resposta”.

A família foi informada sobre o resultado do teste somente na noite do dia 12/9. “O exame de sangue teria dado negativo e saiu no mesmo dia do óbito. Só que o SVO não aceitava só esse exame e teria de esperar o resultado do laboratório”, revela. “Na segunda à noite, ligaram do hospital informando que o laboratório teria enviado o resultado e teria dado negativo também. No dia seguinte, fomos chamados no SVO para reconhecimento de corpo e assinar alguns papéis”.

“Chegamos lá e tivemos uma grande surpresa: fomos informados que o hospital não teria em momento algum refrigerado o corpo do meu pai e que o corpo chegou no SVO já em estado de decomposição”, expõe Thalisson.

A família planeja abrir uma ação judicial contra o hospital por negligência. “Inclusive, já demos entrada com um advogado. Ele já está elaborando o processo. Queremos justiça pelo que fizeram com ele”, destaca.

Outro lado

Procurada pelo Metrópoles para comentar as acusações, a Secretaria de Saúde informou que o caso está sendo investigado pelo Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP). Leia na íntegra:

“O óbito do paciente em questão foi constatado às 15h26 do dia 10/9 e o exame de Covid-19 foi coletado às 19h do mesmo dia. O resultado do teste de Covid foi liberado em 12/09 e no mesmo dia foi comunicado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) a liberação para a retirada do corpo. O corpo foi retirado às 11h10 de 13/09.

Pelo fluxo do SVO, os corpos só podem ser encaminhados após o resultado do teste para Covid-19 (no caso de Covid positivo não podem ser encaminhados) e ainda, pelo protocolo de manuseio de cadáveres da SES/DF, o corpo de paciente suspeito de Covid-19 não pode ficar armazenado na geladeira (itens 12 e 13 do protocolo)”.

Evaldo foi sepultado no dia 14, quatro dias após a morte. “Teve que ser em caixão fechado, pois o corpo já estava com um odor muito forte”, lamenta o filho.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?