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Filho que salvou mãe de incêndio: “Nem sei como saímos da casa”

Samuel Pereira, 20 anos, conta os momentos de terror que viveu ao ver residência em chamas na Estrutural. Duas vítimas estão hospitalizadas

atualizado

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Thiago S. Araújo/ Especial para o Metrópoles
Incendio-Estrutural-11
1 de 1 Incendio-Estrutural-11 - Foto: Thiago S. Araújo/ Especial para o Metrópoles

No imóvel que pegou fogo na manhã de quarta-feira (18/12/2019), agora vazio, as cinzas remetem a uma cena de terror. O pesadelo vivido por uma das vítimas, Samuel Pereira, 20 anos, junto à mãe, Maria de Lourdes Pereira Barbosa, 64, e a um menino de 4 anos, afilhado da dona de casa. O caso ocorreu na Cidade Estrutural.

A criança, carinhosamente chamada pelo jovem de Alex, está em estado grave no Hospital de Base (IHBDF), após ter cerca de 99% do corpo queimado. Asmática, Maria de Lourdes também precisou ser socorrida depois de inalar muita fumaça e segue acompanhada por médicos no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

“Nem sei como saíamos da casa. Por mais alguns segundos, eu teria desmaiado”, disse Samuel (foto em destaque).

Segundo lembra o filho da dona de casa, que vive nos fundos da residência, por volta das 6h40, ele acordou com a fumaça e os gritos da mãe. “Eu abri os olhos e só vi fumaça. Então, corri, peguei um pano e tentei passar pela sala, mas não dava para ver nada, estava tudo preto”, relatou.

Ao se deparar com o fogo, Samuel voltou, pulou o muro dos fundos do imóvel e subiu no telhado. “Corri pelo teto e quebrei algumas telhas para sair a fumaça. Depois, desci pela vizinha e consegui tirar minha mãe. Pensei: ‘Não posso morrer agora, se não morremos nós três'”, narrou o rapaz.

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Imóvel incendiado na Cidade Estrutural
Alex ficava com a madrinha na casa enquanto a mãe trabalhava
Situação após o incêndio
Paredes com marcas das chamas
Samuel Pereira
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Casa onde a família mora

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Imóvel incendiado na Cidade Estrutural

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Alex ficava com a madrinha na casa enquanto a mãe trabalhava

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Situação após o incêndio

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Paredes com marcas das chamas

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Samuel Pereira

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Corpo de Bombeiros/Divulgação
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Corpo de Bombeiros/Divulgação

“Um homem estava passando, indo para o trabalho, e escutou o grito do neném. Então, arrombou a porta e o puxou para fora. Foi muita sorte, porque eu não tinha visto onde ele estava”, completou.

Filha de Maria de Lourdes, a vendedora Eliane Pereira, 34, está acompanhando a mãe no hospital. Ela diz que a dona de casa ainda tem dificuldades para respirar e não sabe ao certo o que aconteceu.

“Ela precisa de ajuda de aparelhos para respirar. Ainda nem sabe do estado do Alex, como ficou a casa. Nem sei como vou contar para ela, porque minha mãe é hipertensa, tem diabetes”, comentou.

Causa

O Corpo de Bombeiros utilizou cinco viaturas e 21 militares na ocorrência. O fogo foi controlado e não atingiu as residências ao lado.

De acordo com o CBMDF, ainda não é possível saber a causa do incêndio. Somente a perícia apontará a razão. No entanto, Samuel acredita que tenha ocorrido um curto-circuito, uma vez que o fogo teria começado na sala, onde há um poste da Companhia Energética de Brasília (CEB).

“Não tinha nada ligado, não deixamos nada com fogo que pudesse ter causado o incêndio”, afirma Samuel.

De acordo com a companhia, o padrão de entrada (onde fica o medidor de energia) está no limite da propriedade, “de acordo com as normas técnicas”. O mesmo ocorre, segundo a CEB, em outras casas da rua.

“Informamos também que essa unidade consumidora está cadastrada na CEB desde 1999, época em que as propriedades no local ainda eram construídas com madeira. Não cabe à CEB fiscalizar, intervir ou atestar obras civis após a instalação da rede de energia e a responsabilidade pela conservação e manutenção do padrão de entrada é do cliente”, afirma a companhia, em nota.

Ainda segundo a CEB, “não existem informações periciais que apontem a origem do incêndio”.

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