Filha sobre mãe morta com “crise de ansiedade”: “Podia ser diferente”
Kamilla Sousa saiu do hospital com a mãe, após ela ser diagnosticada com “crise de ansiedade”. Marlúcia morreu no caminho de volta para casa
atualizado
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“Uma parte de mim se foi”, assim descreveu Kamilla Sousa, 23, sobre a morte de sua mãe. Marlúcia Machado sentiu fortes dores no peito na última quarta-feira (10/7) e procurou socorro no Hospital Regional Leste (HRL). Na triagem, classificaram como “crise de ansiedade” e a liberaram. Não tinha dado tempo nem de voltar ao lar, quando a dona de casa morreu ainda dentro do carro.
“Ela estava com dores muito fortes no peito, suando frio”, contou Kamilla, que estava com a mãe nos últimos momentos de agonia. “Ela passou só pela triagem, entregaram uma pulseira e verde e disseram que só atenderiam quem estivesse com a da cor vermelha [casos de urgência e emergência]”, disse.
“Se tivessem atendido, podia ser diferente”, indignou-se Kamilla. Ela que teve de contar aos cinco irmãos sobre o falecimento da mãe. Marlúcia tinha o hábito de reunir a família para o almoço de domingo, que gostava de preparar.
“Minha mãe amava churrasco, carne, macarronada também”, lembrou. “Ela era a melhor pessoa, onde chegava alegrava os ambientes. A risada dela era contagiante”, chorou Kamilla. Nas festas familiares tocava de tudo, especialmente Legião Urbana e músicas sertanejas. “Ela era bem eclética”, disse a filha
“Tudo que ela podia fazer pela gente, ela fazia”, afirmou Kamilla. Marlúcia morreu um mês antes de poder conhecer o neto, previsto para nascer em agosto. Moradora do Itapoã, ela deixou seis filhos.
De acordo com a família, ela morreu cinco minutos após deixar o hospital. Marlúcia estava indo embora com a filha Kamila, 23 anos, para a casa no Itapoã, quando começou a passar mal dentro do carro e morreu com infarto. Ela tinha 51 anos e deixou seis filhos.
O velório ocorreu neste sábado (13/7) no Campo da Esperança, na Asa Sul.
O que diz a Secretaria de Saúde
Em nota, a Secretaria de Saúde não confirmou que o óbito ocorreu cinco minutos após a alta, mas sim “após uma hora”. A pasta disse que ela foi atendida e que há registro de classificação de risco.
A secretaria ainda disse que o caso de Marlúcia foi classificado como “sem gravidade”, porque não havia alterações de sinais vitais.
Segundo o órgão, quando Marlúcia voltou ao hospital, teriam tentado reanimá-la, mas foi constatado o óbito.
Veja nota na íntegra:
“A Direção Hospital Regional Leste (HRL) esclarece, que a paciente foi atendida e há registro de acolhimento e classificação de risco. No momento do atendimento não havia alterações de sinais vitais sendo classificada como sem gravidade conforme protocolos de classificação. A paciente retornou para casa e após uma hora foi levada de volta ao hospital sem consciência e submetida a procedimentos emergenciais na Sala Vermelha, não respondendo às manobras de reanimação quando foi constatado o óbito.”