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“Fica a essência dele em cada PM”, diz comandante de policial morto

O cabo Luciano Pereira foi assassinado ao reagir a um assalto em Aparecida de Goiânia. Militar participava de diversos projetos sociais

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1 de 1 PM1 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Emocionados e indignados com a violência, amigos, alunos, familiares e colegas de farda do policial militar Luciano Pereira dos Santos, 39 anos, prestam as últimas homenagens ao PM que morreu assassinado durante uma tentativa de assalto na cidade de Aparecida de Goiânia (GO), no sábado (13/5). Mais de 150 pessoas estão reunidas no Cemitério de Sobradinho, na tarde deste domingo (14), para se despedir do cabo.

O comandante das Rondas Ostensivas Metropolitanas (Rotam), major Cláudio Peres, lamentou a morte do policial militar: “É uma pessoa do bem que nos deixa. Mas fica a essência dele em cada PM que continuará a sua luta”. Ao falar sobre o seu subordinado, o militar destacou a atuação de Luciano em projetos sociais, entre eles com crianças que têm Síndrome de Down.

A esposa de Luciano, Samanta, estava muito emocionada durante o enterro. Amparada por amigos e familiares, ela disse estar agradecida pelo apoio recebido da corporação. Durante vários momentos, devido ao choque, a viúva não conseguiu se manter de pé e foi ajudada.

O PM também liderava um projeto social em Sobradinho. Lecionava, gratuitamente, capoeira a pessoas carentes e em situação de rua, com o objetivo de afastá-las da violência. O cabo estava na cidade goiana para participar de um evento da modalidade, quando foi morto. Ele parou em uma padaria com sua moto para carregar créditos no celular. O PM acumulava 14 anos na Polícia Militar e deixou uma mulher e duas filhas, de 12 e seis anos.

Veja algumas fotos do velório:

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Coronel Marcos Nunes, comandante-geral da PMDF, enalteceu a dedicação do cabo Luciano à corporação e à sociedade

Comandante-geral da PMDF, coronel Marcos Nunes, enalteceu a dedicação de Luciano à corporação e à sociedade
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“Era um policial que sempre se dedicou ao nosso serviço. Além disso, era muito extrovertido e alegrava os companheiros de trabalho”, relembrou. O comandante salientou que a corporação “não vai abaixar a cabeça”. “Vamos continuar nosso trabalho, combatendo o crime como sempre fizemos.”

 

O comandante-geral da PM, coronel Marcos Nunes, esteve no velório e destacou a importância do cabo Luciano para a corporação. Segundo ele, o cabo era um policial exemplar. “Ele pertencia a um grupo de grande produtividade e honrava a farda da corporação. Sua conduta era irrepreensível. É uma perda muito grande para a família, para nós e para toda a população do DF”, afirmou. Nunes explicou que foi avisado sobre a morte do policial pelo comandante-geral da PM goiana.

“Ficamos sabendo logo do ocorrido e fomos para o local. Infelizmente, o adolescente que tirou a vida do Luciano tinha diversas passagens por crimes graves como latrocínio e homicídio. Mesmo assim, ele permanecia nas ruas cometendo mais crimes.”

Coronel Marcos Nunes, comandante-geral da PMDF

Além de militares e amigos, integrantes de vários grupos de capoeira estão no velório, que começou às 13h. Na entrada da capela onde o corpo é velado, eles fizeram um corredor musical tocando os berimbaus e cantando ladainhas.

Referência
Conhecido no Brasil e no exterior por ser dono de um jogo único de capoeira, Luciano deixou uma legião de amigos e admiradores. O militar é fundador do grupo União na Capoeira, que funciona em Sobradinho, no ginásio de esportes da cidade.

Entre os admiradores está um dos mestres do grupo, Antônio César Caetano. Amigos há 30 anos, Mestre Berimbau, como é conhecido, contou que o PM tinha um jogo diferente quando o assunto era capoeira. “Era bonito de se ver, parecia que estava bailando. Ele nem treinava muito, tinha um dom natural”, lembrou.

Luciano e o amigo fundaram o grupo em 1983 e eram conhecidos em toda a cidade por manter o apoio a 80 crianças e adolescentes de famílias humildes. ” Ele fazia um trabalho fantástico. Não vamos deixar isso acabar. O legado dele será mantido para sempre”, disse o mestre e amigo, ao lado de Jerusa Pimenta (confira o vídeo abaixo):

 

Alvo era a moto
A Delegacia de Homicídios de Aparecida de Goiânia considera a hipótese de os bandidos estarem interessados em roubar a moto do PM brasiliense, que entrou na padaria para carregar créditos no celular. Os criminosos não levaram o veículo e deixaram na padaria a arma utilizada no crime. Os dois são menores de idade (17 anos) com passagem pela polícia e em unidades de internação de ressocialização.

Imagens gravadas pelo circuito de segurança da padaria em que ele estava mostram o criminoso roubando a pistola da cintura do agente e depois atirando contra ele. Uma funcionária do estabelecimento também morreu baleada. Eduarda Galvão, 18 anos, foi socorrida e levada a um hospital, mas não resistiu.

 

Além da mulher, um dos bandidos perdeu a vida, atingido por disparos de um policial aposentado de Goiás que estava no comércio. O outro ladrão foi baleado por quatro disparos e, em seguida, levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas não corre risco.

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