Acusada de matar mulher por ciúme do marido é condenada a 18 anos
Crime ocorreu em 2 de abril de 2023, em Taguatinga. Vítima foi morta a facadas após ser encontrada em conversa com então marido da agressora
atualizado
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O Tribunal do Júri de Taguatinga condenou, nessa terça-feira (30/7), Stéfany Moreira de Oliveira (foto em destaque) a 18 anos e 9 meses de prisão em regime inicial fechado, por matar a facadas Denise dos Santos Alves Cardoso. O crime, qualificado por motivo torpe, ocorreu em 2 de abril de 2023, na QNM 34 de Taguatinga (DF).
As investigações revelaram que o crime foi cometido por ciúme: a vítima – à época com 21 anos – foi atacada após conversar com o então marido da agressora, Leonardo Peixoto Fernandes da Silva.
Em denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) afirmou que Stefany teria se desagradado ao chegar em casa e encontrar a vítima na sala, em conversa com Leonardo. Após cometer o crime, a assassina e o marido fugiram, mas acabaram detidos pela Polícia Militar (PMDF) em uma parada de ônibus da região.
Veja imagens da vítima:
No plenário, o juiz presidente do Júri destacou que a acusada é reincidente em crimes e que apresenta conduta social “absolutamente reprovável”, pois voltou a cometer delitos quando ainda cumpria pena em regime aberto, convertida em prisão domiciliar.
“Tendo a oportunidade de se reinserir no meio social, a partir do cumprimento de pena no regime menos gravoso possível, [a ré] optou pela reiteração delitiva, descumprindo, pois, não apenas as regras de boa convivência social, como, também, as determinações emanadas do juízo da execução penal”, afirmou o magistrado.
Assim, o magistrado manteve a decisão pela prisão preventiva da condenada e não concedeu direito de ela recorrer em liberdade.
Em 4 de abril de 2023, Stefany passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, para “resguardo da ordem pública” e evitar a “prática de novas infrações penais”. Ela e Leonardo haviam sido presos em flagrante: a primeira pelo homicídio; o segundo, por fraude processual. Ele, no entanto, pagou fiança de R$ 5 mil e acabou liberado.
Antes do crime
Leonardo havia sido detido, pois, quando os PMs encontraram o casal, ele portava uma faca de tamanho médio na cintura. No entanto, o item não apresentava vestígios de sangue. O então marido de Stefany disse aos policiais ter passado o dia na casa da família da esposa, onde o casal ingeriu bebidas alcoólicas.
Ele teria voltado para casa e, quando a companheira chegou do mercado, encontrou-o em conversa com Denise. Uma tia da vítima relatou à polícia que tinha ido buscar a sobrinha no endereço, quando foi abordada por Stefany, a qual supostamente falou: “Se você não tirar ela [de lá], vou tirá-la machucando e esfaqueando”.
Após a ameaça, a agressora discutiu com a vítima, pegou uma faca e desferiu diversos golpes. Desesperada, a tia contou que saiu da casa e foi pedir ajuda para os familiares. Quando retornou, encontrou a sobrinha desacordada e o casal havia fugido.
A agressora tinha antecedentes criminais por roubo, enquanto o marido dela tinha ficha na polícia por latrocínio – roubo seguido de morte – e violência doméstica. Leonardo relatou que entrou na briga e lesionou o antebraço esquerdo, mas teria corrido e não presenciado o restante da briga. Quando o Corpo de Bombeiros (CBMDF) chegou ao endereço, encontrou a vítima sem sinais vitais.