Feminicídio: mulher atropelada 3 vezes pelo ex será enterrada nesta 5ª
Morta atropelada pelo ex nessa 3ª feira, no Gama (DF), Juliana Barboza Soares chegou a registrar ocorrência contra o criminoso por ameaça
atualizado
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O velório de Juliana Barboza Soares (foto em destaque) será no início da tarde desta quinta-feira (22/8), a partir das 13h, no Cemitério do Gama. Assassinada dois dias antes, na data em que comemorava o aniversário de 34 anos, a 12ª vítima de feminicídio no Distrito Federal em 2024 foi atropelada três vezes pelo ex-companheiro Wallison Felipe de Oliveira, 29.
Parentes, amigos e conhecidos da vítima de feminicídio vão se despedir dela na Capela 1 do cemitério. O enterro está previsto para as 15h30.
Maria do Socorro Barboza Soares, 60, mãe da vítima, e a filha de Juliana, de 5 anos, também foram atingidas pelo Toyota Corolla preto dirigido por Wallison, foram hospitalizadas, mas passam bem.
O feminicida, que tinha registro de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC), foi preso na tarde dessa quarta-feira (21/8). Com ele, a polícia apreendeu uma pistola e uma espingarda.
Cenas fortes
Quando Wallison atropelou a família, Juliana foi atingida três vezes. O crime ocorreu na Quadra 3 do Setor Sul do Gama. Depois de cometer o feminicídio e as duas tentativas de homicídio, o assassino fugiu a pé.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo Metrópoles mostram o momento em que Wallison vê as vítimas caminharem pela rua. Pouco depois, ele sobe com o carro no meio-fio e as atropela.
Depois de atingir o trio, o motorista volta e passa por cima de Juliana mais uma vez. Minutos depois, enquanto testemunhas prestam socorro às vítimas, Wallison volta com o Toyota Corolla e acerta a ex pela terceira e última vez antes de fugir.
Assista:
“Maluco e agressivo”
O relacionamento entre Juliana e Wallison era marcado por episódios de ciúmes e ameaças. Em novembro de 2022, a vítima registrou ocorrência contra o então companheiro por ameaça e lesão corporal, no âmbito da Lei Maria da Penha.
Na ocasião, ela relatou aos policiais que o casal tinha seis meses de relacionamento, mas que Wallison tinha se tornado “uma pessoa maluca e agressiva” enquanto os dois estavam em um bar.
Depois que os dois voltaram para casa, o criminoso deixou o imóvel e levou consigo a bolsa e os documentos de Juliana. Posteriormente, em conversa telefônica, ele teria dito que não devolveria os pertences da então companheira e afirmou que a mataria.
Ao registrar ocorrência contra ele, a vítima contou que o então namorado tinha várias armas e munições em casa, “um verdadeiro arsenal”. Ela, então, pediu requereu medidas protetivas contra Wallison, que foram deferidas pela Justiça. No entanto, semanas depois, Juliana pediu a revogação da ordem judicial.