Feminicídio: homem que matou enfermeira na frente dos filhos vira réu
Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo MPDFT contra Bruno Gomes pelo feminicídio da sua esposa, a enfermeira Patrícia Pereira de Sousa
atualizado
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A Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra Bruno Gomes Mares, 39 anos, pelo feminicídio da sua esposa, a enfermeira Patrícia Pereira de Sousa, de 41 anos. Com isso, o homem se torna réu pelo crime.
Para o MPDFT, o assasinato de Patrícia foi cometido por motivo torpe, pois “Bruno agiu impelido por sentimento de posse em relação à vítima; valeu-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que, durante uma discussão, a empurrou e, de forma súbita, efetuou os disparos”.
A Promotoria de Justiça pediu também que o réu continue preso e pague indenização por danos morais à família da vítima. O crime foi praticado na residência do casal, na frente dos dois filhos, no Setor Leste do Gama. Eles eram casados havia 18 anos.
20º feminicídio
No dia 30 de junho, por volta das 19h30, no Setor Leste do Gama, Bruno iniciou discussão com Patrícia. Conforme a denúncia, o relacionamento era marcado por episódios de violência física e psicológica de Bruno contra a esposa. Ele a acusava insistentemente de manter relacionamentos extraconjugais. O caso foi o 20º feminicídio do DF em 2023.
O serralheiro Bruno Gomes Mares tinha registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e possuía uma pistola 9 milímetros. Informações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 14ª DP, indicam que o homem usou a arma para assassinar sua companheira com um tiro no pescoço.
Em depoimento à PCDF, Bruno Mares confessou ter atirado acidentalmente na mulher. De acordo com a versão do suspeito, a vítima teria o ameaçado com uma faca durante a discussão.
Bruno fugiu logo após executar a companheira e acabou preso somente no dia 3 de julho. Ele foi encontrado em uma via pública de Luziânia, Entorno do DF.
Enfermeira no Hospital de Base
A vítima era enfermeira no pronto-socorro do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Por meio de nota, a diretoria do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) lamentou a morte da colaboradora.
“É um momento de luto e revolta para todos os colegas, amigos e pacientes da enfermeira lotada no Pronto-Socorro do HBDF, onde Patrícia atuou tantas vezes para salvar vidas”, destacou o instituto.
No ambiente de trabalho, a mulher era vista como uma pessoa admirável, de sorriso largo, e comprometida com a missão de fazer o melhor em seus atendimentos. “Deixará, com certeza, um vazio no coração de quem teve o prazer de desfrutar de sua convivência”, destacou a diretoria do Iges-DF.
“Que Deus conforte seus amigos e familiares, e principalmente os filhos, que vivenciaram esse ato de brutalidade. E que a justiça seja feita. Estamos todos consternados e inconformados contra um tipo de violência cuja prevenção e reparação exigem o engajamento de todos os poderes públicos e de toda a sociedade”, finalizou.