Feminicídio: homem mata companheira de 42 anos no DF
O crime ocorreu na madrugada desta quinta-feira (26/09/2019) na comunidade de Catingueiro, na região da Fercal
atualizado
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Mais uma mulher foi assassinada no Distrito Federal. O crime ocorreu entre as 6h e as 6h30 desta quinta-feira (26/09/2019), na comunidade de Catingueiro, na região da Fercal. A vítima é Queila Regiane Jane, 42 anos, segundo investigadores que trabalham no caso.
Informações preliminares apontam que ela teria sido morta a facadas por seu companheiro, Iron Dias, enquanto dormia. Agentes da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) estão no local do crime. Os dois deixam duas filhas, de 13 e 19 anos.
“Os policiais estão à procura dele”, informou o delegado Laércio de Carvalho, titular da 35ª DP.
Testemunhas relataram à polícia que o casal vivia junto há 20 anos. No momento do crime, as filhas estavam na casa, em um quarto ao lado do deles. Ao Metrópoles, a amiga Jessica Silva lamentou a perda de Queila, que conhecia há cinco anos. “Moro perto dela. Vinha na minha casa e eu ia na dela, gostava muito dos meus filhos. Uma mulher exemplar, que sempre me dava muitos conselhos”.
Jessica disse ter ficado surpresa com a agressividade de Iron. “Eles [Iron e Queila] nunca brigavam. Até a mãe e os irmãos dela acharam estranho. Ele era calmo, tranquilo. Eu não acreditei quando vi”.
Queila é a 23ª vítima de feminicídio na capital em 2019. Ainda neste mês, equipes da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) encontraram o corpo de Greisielle Feitoza de Carvalho – 22ª mulher assassinada. O cadáver foi localizado próximo à canaleta de esgoto na EQNN 1/3 de Ceilândia. O principal suspeito é o companheiro da vítima, ainda não localizado.
Segundo o delegado responsável pela investigação da morte de Greisielle, Antônio Dimitrov, esse é um caso que se diferencia de um típico feminicídio. “Normalmente, o feminicídio ocorre em ambiente doméstico ou o autor esconde o corpo. Mas ela foi morta em um ambiente de consumo de crack em Ceilândia”, explica o policial. Os dois seriam moradores de rua, apesar de frequentarem a casa da mãe do suposto autor.
Neste 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.
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