Febre maculosa: notificações de casos suspeitos no DF aumentam 665%
Em 2023, foram notificados 133 casos suspeitos da febre, contra 22 no ano passado. Apesar disso, o DF não tem um caso confirmado há 20 anos
atualizado
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Em 2023, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) registrou um aumento de 665% de casos suspeitos de febre maculosa, quando comparado com o ano passado. A doença, causada por bactérias e transmitida aos seres humanos por picadas de carrapatos, matou 39 pessoas no Brasil este ano.
Até outubro, o DF notificou 133 casos suspeitos. Em todo o ano passado, foram 20 e, em 2021, 10. Apesar das suspeitas, a capital federal não tem uma infecção do tipo confirmada há 20 anos.
Já em 2020, houve oito notificações e, em 2019, 20. Em todos os anos citados, não foi confirmado nenhum caso da febre maculosa.
Procurada, a pasta não comentou o aumento.
O que é a febre maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que é transmitida por algumas espécies de carrapatos. A infecção apresenta alta taxa de letalidade, mas tem cura. O tratamento deve ser iniciado precocemente com antibióticos específicos.
Sintomas
- Dor de cabeça intensa;
- Náuseas e vômitos;
- Diarreia e dor abdominal;
- Dor muscular constante;
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
- Gangrena nos dedos e orelhas;
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.
Na evolução da doença, também é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Recomenda-se que, assim que perceber a picada ou sentir os primeiros sintomas, a pessoa procure uma unidade de saúde para avaliação médica.
O tratamento é feito com antibiótico específico e, em determinados casos, pode ser necessária a internação do paciente. A falta ou a demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso, podendo levar ao óbito.
Casos no Brasil
De acordo com dados do Ministério da Saúde, dos 170 casos de febre maculosa notificados este ano, a maioria está concentrada em estados da Região Sudeste. Minas Gerais é a unidade da Federação com o maior número de infecções — 34. São Paulo aparece em seguida com 32.
Em relação às mortes causadas pela doença, São Paulo lidera com 15 óbitos. O ano em que mais houve mortes no país pela febre maculosa foi o de 2018, quando o ministério registrou 96 falecimentos.
O que diz a Secretaria de Saúde
A Secretaria de Saúde informou que, no primeiro semestre deste ano, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da SES-DF recebeu 6 notificações de febre maculosa até o mês de maio.
Após a repercussão dos óbitos ocorridos em São Paulo, em junho, contudo, as notificações aumentaram, mesmo alguns quadros não se encaixando na definição de caso provável. 102 já foram descartados. Outros seguem em análise, pois, após o envio das amostras, o laboratório tem até 30 dias para apresentar os resultados. A investigação requer toda a análise laboratorial e epidemiológica, levando até 60 dias para conclusão.
“O aumento de casos suspeitos não é um problema em si, tendo em vista não ter havido casos positivados, no entando, causa mais morosidade para a identificação dos casos mais importantes. Por isso, é essencial notificar os casos apenas em caso de histórico clínico 100% compatível”, destacou.
A pasta orienta que, havendo qualquer tipo de adoecimento, a população deve procurar o serviço de saúde competente para verificar a causa, caso haja um caso sintomático e uma história clínica que seja compatível com a definição de caso, o profissional de saúde fará o registro no sistema e o processo de investigação é iniciado.