Fãs de banda nazista ameaçam deputado: “Fique coladinho nos seguranças”
Fábio Felix havia pedido ao MPDFT a instauração de procedimento para investigar a conduta da banda Mayhem durante turnê pelo Brasil
atualizado
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Fãs brasilienses da banda norueguesa Mayhem utilizaram as redes sociais para atacar o deputado distrital Fábio Felix (PSol), após ele enviar uma representação à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e ao Ministério Público do DF e dos Territórios (MPDFT) para barrar o show do grupo de black metal na capital.
A apresentação da banda acusada de fazer apologia ao nazismo estava prevista para ocorrer, na noite dessa quarta-feira (22/3), em uma casa de eventos no Guará. Porém, o show foi cancelado de última hora, e gerou polêmica entre aqueles que compraram ingresso.
Fábio havia pedido ao MP a instauração de procedimento para investigar a conduta dos integrantes da banda durante a turnê pelo Brasil e, se fosse o caso, suspender preventivamente o show programado para o DF.
À revelia do Ministério Público Federal (MPF) e do MPDFT, que recomendaram a suspensão da venda de ingressos e o cancelamento da apresentação, os organizadores do evento subiram ao palco, minutos antes do horário previsto para a entrada dos músicos e anunciaram que o show não ocorreria.
Por meio de publicações nas redes sociais, alguns dos fãs da banda norueguesa se manifestaram contrários ao cancelamento e dirigiram ataques diretamente ao deputado Fábio Felix.
Em uma das postagens, um dos internautas acusa o distrital de ter censurado a banda Mayhem e o ameaça. “Seu deputado miserável de merd@! Você censurou a banda com uma falsa acusação de nazismo, sendo que não passa de uma banda comum de black metal que tem como temática o satanismo. É melhor tu ficar bem coladinho dos seus seguranças”, escreveu.
Outro fã do grupo musical também se irritou com a representação de Fábio e dirigiu ao político palavras de baixo calão. “Vai tomar no c#, seu proto ditador de merd@, cancelando o show do Mayhem”, proferiu.
Já em outra postagem, um homem criticou a manifestação do deputado e, também, a sigla Psol. “Um partido onde eles apoiam facções, um partido que só vai contra as regras da sociedade e quer ser exemplo. Nós nos veremos, Sr. Felix”, atacou.
Ao Metrópoles, por meio da assessoria de imprensa, o distrital informou que serão tomadas medidas quanto aos ataques dirigidos a ele nas redes sociais.
“Não vamos tolerar intimidações, ameaças e ataques LGBTfóbicos. Vamos tomar todas as medidas cabíveis, acionando a Polícia Civil para que investigue todas as pessoas que ameaçam a minha segurança e destilam ódio criminoso contra mim”, manifestou o deputado.
Veja as publicações:
Cancelamento do show
O advogado da produtora responsável pela banda foi quem fez o anúncio que a Mayhem não se apresentaria mais. Cerca de 40 pessoas, então, foram obrigadas a deixar o espaço.
“Culpa dessa p*rra desse PSol”, disse um espectador, revoltado. Após o cancelamento do show, mais viaturas da PM chegaram ao local, além de carros do Departamento de Trânsito (Detran-DF).
Veja mobilização das forças de segurança para encerrar o evento:
Polêmicas
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendaram a revogação de licença ou alvará referente ao show da banda norueguesa Mayhem, o descadastramento e a tomada das providências necessárias para que o evento não seja realizado, além da interrupção da divulgação e venda de ingressos.
O documento, enviado para a Administração Regional do Guará, Secretaria de Segurança Pública do DF e para as empresas Clube do Ingresso e JFC Produções e Eventos, avalia que a liberdade de expressão “não pode implicar na aceitação jurídica da promoção de discurso de ódio e/ou do ataque, em espaço público ou privado, de qualquer indivíduo, grupo ou coletividade”.
A recomendação é assinada por membros dos Núcleos de Direitos Humanos e da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, bem como da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF.
Em uma representação enviada MPDFT, o deputado distrital Fábio Felix (PSOL) afirmou que o grupo “possui histórico de cometimento de atos em defesa da ideologia nazista, por meio da utilização de trajes e símbolos alusivos ao regime de extrema direita”.
“No centro dos discursos de ódio está o vocalista da Banda, Attila Csihar, que admitiu a utilização de tais símbolos e a ideologia de extrema direita supremacista adotada pela banda”, diz o texto enviado ao Ministério Público.