Amigos e parentes dão adeus a jovem que morreu em TAF: “Podia ser eu”
Gabriela foi enterrada nesta quarta-feira (31/1) no cemitério do Gama. O velório teve início às 15h e o sepultamento ocorreu às 16h30
atualizado
Compartilhar notícia
Em clima de comoção e de baixo de chuva, amigos e familiares de Gabriela Rosa dos Santos Gontijo (foto em destaque), 27, se reuniram para dar o último adeus à jovem que morreu durante o Teste de Aptidão Física (TAF) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Gabriela foi enterrada nesta quarta-feira (31/1), no cemitério do Gama, região administrativa onde morava. O velório teve início às 15h e o sepultamento ocorreu às 16h30.
Familiares vestiam camisas com o rosto de Gabriela e a seguinte frase: “Ainda que os ventos sejam contrários, sempre haverá um porto seguro para quem não desiste de navegar”. A frase era uma das favoritas de Gabriela e estava em seu Instagram.
Veja:
“Nunca imaginei viver isso”, disse o tio da jovem, Rodrigo Siqueira. “A Gabriela era muito animada, feliz, nunca vi essa menina chorar”, lamentava Rodrigo. “Se tinha uma palavra para definir ela era orgulho. A gente tinha muito orgulho daquela menina”, destacou o tio.
Familiares contaram que o objetivo de Gabriela era alcançar estabilidade financeira, já que estava se planejando para casar. O matrimônio estava previsto para 14 de setembro.
Prima de Gabriela, a biomédica Brenda Pereira, 25, também não conseguia acreditar que estava no enterro de Gabriela. Entre os presentes, uma jovem de 26 anos que preferiu não se identificar fez a prova de corrida ao lado da vítima. Ela é moradora da Asa Sul, mas fez questão de ir à capela 3 do Gama para homenagear a vítima. “Mexeu muito comigo”, disse a jovem. “A gente vê uma pessoa saudável no mesmo dia, não tem como pensar que podia ser eu”, destacou.
Gabriela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante; de lá, acabou transferida para o Hospital Daher, no Lago Sul, no domingo (28/1). Gabriela chegou a ser internada na unidade de terapia intensiva (UTI), em estado gravíssimo. Ela não resistiu e faleceu na noite dessa segunda-feira (30/1).
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso. O chefe da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Wisllei Salomão, à frente das investigações, comentou que o corpo de Gabriela passou por exame no Instituto de Medicina Legal (IML), que produzirá laudo para apontar as causas da morte.
Em grupos nos aplicativos WhatsApp e Telegram com concurseiras da PMDF, colegas de concurso fizeram orações pela jovem e, após receberem a notícia da morte, lamentaram o ocorrido. “Que sentimento horrível. [Ela era] tão cheia de sonhos. Isso me quebra”, disse uma participante.
Por meio de nota, a PMDF informou lamentar “profundamente o ocorrido” e se solidarizou com parentes e amigos da candidata.
“Com relação ao Teste de Aptidão Física (TAF), cabe esclarecer que todos os aspectos que envolvam a aplicação das provas são de responsabilidade da banca examinadora. Não houve qualquer participação da Polícia Militar do Distrito Federal durante os dois dias do TAF”, destacou a corporação.