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Emoção e medo marcam enterro de Maria Eduarda, 5 anos, no DF

Segundo parentes, suspeitos de assassinar a menina estiveram no cemitério. Rapaz chegou a ser abordado pela PM, mas acabou solto

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Enterro de Maria Eduarda1
1 de 1 Enterro de Maria Eduarda1 - Foto: Vinicius Santa Rosa/Metrópoles

Em clima de muita emoção, e também de medo, o corpo da menina Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, 5 anos, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (23/5) no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. A Polícia Militar foi acionada por parentes da vítima e um homem chegou a ser abordado durante o velório. De acordo com familiares, os supostos assassinos estiveram na Capela 3 e teriam ido embora antes da chegada da PM.

O rapaz abordado pelos policiais disse ao Metrópoles que os militares suspeitaram do envolvimento dele no caso, mas, por falta de provas, ele foi liberado. Pouco antes, segundo contou um dos familiares, sob a condição de anonimato, todos estavam surpresos com a ausência de policiamento no local.

“Não mataram quem eles queriam matar. Quem garante que não vão aparecer aqui para terminar o serviço?”, questionou. Por volta das 15h30, um helicóptero da PM sobrevoava o cemitério e policiais estavam no local.

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Enterro ocorreu em Taguatinga nesta quarta -feira (23/5)
Mãe ficou em silêncio, mas demonstrava muita dor
Balões para pedir paz
Polícia Militar teve de ir ao local: clima tenso
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Homenagem de professores à menina

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Enterro ocorreu em Taguatinga nesta quarta -feira (23/5)

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Mãe ficou em silêncio, mas demonstrava muita dor

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Balões para pedir paz

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Polícia Militar teve de ir ao local: clima tenso

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Muro do colégio onde Maria Eduarda estudava mostra sinais da violência na região

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Marcas de bala na janela da casa da avó de Maria Eduarda

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Maria Eduarda

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Trabalho de Maria Eduarda em homenagem à mãe, Cláudia

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Marca de bala no portão da casa da família de Maria Eduarda

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Suspeito abordado durante o velório

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Homenagem
Houve também momentos de muita emoção. Professores e funcionários da Escola Classe 56, onde a menina estudava, levaram balões brancos e uma faixa em homenagem a Maria Eduarda. “Era uma criança muito tranquila, doce e caprichosa. E tinha espírito de liderança muito forte”, disse a docente Mayra Layre Lopes.

Ela ressaltou que toda a comunidade escolar está em choque e desolada com a tragédia. O colégio não funcionou nesta quarta (23). Nos muros da escola, podem ser vistas pichações que são sinal da guerra de gangues na região. “Fico preocupada porque pode acontecer com outras crianças e inclusive conosco. Estão todos muito perplexos. Pais já nos procuraram. É um medo muito grande”, ressaltou Mayra.

A mãe da menina estava muito abalada. Cláudia Barbosa Rodrigues, 39. ficou em silêncio o tempo todo do velório. Parecia em choque ao ter de enterrar a única filha — ela tem mais cinco rapazes.

Autor de disparos é menor
O autor dos disparos que mataram Maria Eduarda em Ceilândia é um adolescente. Segundo apurou o Metrópoles, entre os suspeitos do crime também está um foragido do sistema socioeducativo. A menina é mais uma vítima da disputa de territórios por gangues de Ceilândia. Neste caso, entre as quadras 17 e 18. Com a prisão dos líderes adultos, os menores estão em guerra para dominar o espaço.

Ações coordenadas pela 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) ajudaram a desarticular as gangues. Em abril, por exemplo, uma operação levou grande parte dos criminosos, considerados violentos, para a prisão. Agora, os adolescentes querem ocupar os postos de liderança. Para isso, transformaram a região em um verdadeiro campo de guerra e não se incomodam em cometer barbáries para conquistar seus objetivos.

Um desses menores teria fugido de um centro de internação e, na última quinta-feira (17), praticado o chamado “atentado”, que consiste em espancar e torturar um integrante da organização rival. No domingo (20), o grupo ao qual a vítima do espancamento pertence se reuniu e executou, com um tiro na cabeça, um jovem de 17 anos. Ele estava com a irmã, de 12 anos, em uma parada de ônibus na QNO 17.

A resposta veio rapidamente. Na segunda (21), a casa de Maria Eduarda foi alvo de um ataque a tiros. A menina morreu com uma bala na cabeça. Ela saiu no quintal para pegar milho de pipoca e perdeu a vida. Os projéteis ainda acertaram o joelho de Marcos Rodrigues de Amorim, 19, irmão da vítma.

Marcos Rodrigues de Amorim tem diversas passagens pela polícia.Quando ainda era adolescente, o rapaz foi apreendido por atos análogos a furto e roubo a comércio, receptação de carro roubado e porte ilegal de arma de fogo. Em 2018, já adulto, chegou a ser preso e estava em liberdade provisória.

O auxiliar administrativo Alan Jones Ferreira de Carvalho, 36, tio das vítimas, acredita que o alvo não era Marcos e, sim, o irmão dele de 15 anos. Ele teria envolvimento com drogas. “Tentaram matá-lo há cerca de dois meses, aqui mesmo no quintal. Deram vários tiros, mas felizmente ninguém saiu ferido. Depois disso, ele foi embora e não sabemos onde está”, afirmou. As marcas de balas estão nas janelas e no portão da casa.

O veículo usado no crime havia sido roubado minutos antes do homicídio de Maria Eduarda. O carro foi localizado em frente a um mercado da QNO 17 e apreendido. Um suspeito, maior de idade, chegou a ser preso pela Polícia Militar, mas acabou liberado por falta de provas do envolvimento dele no caso.

Ataque
A menina ia completar 6 anos em agosto e morava com a família nos fundos da casa da avó, na QNO 18, Conjunto 36, em Ceilândia. O irmão dela entrava no quintal quando dois homens chegaram em um Voyage preto e fizeram vários disparos. O rapaz está internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não corre risco de morte.

Maria Eduarda levou três tiros – na cabeça, no tórax e na nádega. Ao ser atingida, caiu no corredor da casa. Foi levada por parentes ao HRC, mas chegou à unidade de saúde sem os sinais vitais.

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