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Familiares fazem protesto na VEP-DF para ter notícias de detentos da Papuda

Segundo manifestantes, pedido não é por visitas, mas com o objetivo de saber a situação dos internos, principalmente pelo coronavírus

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Parentes de detentos fazem manifestação na frente do Fórum Júlio Fabrini Mirabete, no SRTVS
1 de 1 Parentes de detentos fazem manifestação na frente do Fórum Júlio Fabrini Mirabete, no SRTVS - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Familiares de presos do Complexo Penitenciário da Papuda protestaram, na manhã desta sexta-feira (22/05), em frente à Vara de Execuções Penais (VEP-DF), para cobrar informações da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) sobre notícias dos internos.

As visitas foram suspensas no começo de março, quando foi decretada a pandemia do novo coronavírus. Desde então, os parentes se queixam de falta de informações e se mostram preocupados com a situação dentro do presídio. O sistema prisional do DF já ultrapassou os 800 casos da Covid-19, entre internos e policiais penais.

Com faixas e cartazes, os manifestantes exibiram mensagens como “O luto será luta”, “Visitas adaptadas já” e “Quantos mais vão morrer?”. O grupo, formado por cerca de 30 pessoas, cobra providências imediatas do Governo do Distrito Federal (GDF).

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Entre outros pedidos, familiares querem enviar dinheiro e comida para os detentos
Cartazes chamavam atenção da situação dos detentos na Papuda
Cerca de 30 pessoas estiveram na manifestação
Familiares estão preocupados com a situação dentro da Papuda, principalmente por causa do novo coronavírus
Protesto foi realizado em frente a fórum na Asa Sul
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Segundo eles, notícias dos parentes dentro da Papuda não existem

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Entre outros pedidos, familiares querem enviar dinheiro e comida para os detentos

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Cartazes chamavam atenção da situação dos detentos na Papuda

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Cerca de 30 pessoas estiveram na manifestação

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Familiares estão preocupados com a situação dentro da Papuda, principalmente por causa do novo coronavírus

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Protesto foi realizado em frente a fórum na Asa Sul

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Parentes dizem que não estão conseguindo contato com os detentos

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Edinalda Pereira da Costa

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Lucimeire da Conceição

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Os manifestantes amarram os pulsos durante o protesto

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Objetivo principal é ter notícias dos parentes na Papuda

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Parentes de detentos da Papuda fazem manifestação nas ruas de Brasília

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O término da manifestação aconteceu na Rodoviária do Plano Piloto

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Em carros e andando, manifestantes ampliaram o protesto pelo centro de Brasília

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“Não queremos visitá-los. Queremos levar dinheiro e comida para dar melhor condições para eles lá dentro. Queremos notícias”, disse Lucimeire da Conceição Silva, 29 anos. Ela está com dois irmãos presos no Bloco G da PDF 2.

Lucimeire diz saber da gravidade da situação no local, com novos casos da Covid-19 a cada dia. “O sistema promete um hospital de campanha, mas ainda não começou a funcionar. Só queremos saber como eles estão. Os nossos cadastros estão suspensos com o Na Hora fechado e eles tinham que liberar a gente para poder levar algo para eles.”

“Muitas pessoas estão doentes lá dentro. A informação que pode chegar é muito ruim. Estamos vivendo aflitas. Se o GDF não tomar nenhuma providência, o governador vai ter que comprar caixões em vez de dar tratamento adequado”, desabafou.

Veja vídeos do protesto:

Casos e mortes por Covid-19

De acordo com boletim divulgado na noite de quinta-feira (21/05), o sistema prisional do Distrito Federal ultrapassou a marca de 800 casos confirmados da Covid-19. O balanço aponta que, desde que a pandemia se instalou no sistema penitenciário, o DF registrou 803 episódios de internos e policiais contaminados com o novo micro-organismo.

Atualmente, são 590 detentos infectados e outros 92 agentes penitenciários com Covid-19. Há 119 policiais penais recuperados da doença.

Um interno da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1), localizada no Complexo da Papuda, morreu na terça-feira (19/05) em decorrência do novo coronavírus. Ele estava internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) desde o último dia 3.

O policial penal Francisco Pires de Souza, 45 também foi internado na unidade com Covid-19 e não resistiu. A morte dele ocorreu no domingo (17/05).

“Quero respostas”

A cabeleleira Edinalda Pereira da Costa, 54, mãe de um detento, comentou que desde fevereiro não tem notícias do filho. Ele tem surto psicótico, de a cordo com ela, diagnosticado por psiquiatra.

“Tentamos o pedido pra o tratamento domiciliar. A juíza negou o pedido e ele está sem amparo no presídio. No mês passado, em abril, ele foi fazer exame na psiquiatria e o médico falou para mim que não sabia o que fazer com ele”, contou Edinalda.

Ela diz ter certeza de que a saúde do filho não está boa. “Tento notícias com o presídio e não repassam nada lá de dentro. Quero respostas. Estou angustiada com a situação.”

Durante o ato, os familiares também amarram fitas pretas nos pulsos em sinal de luto. O grupo rezou o Pai Nosso para proteger os parentes presos. Depois, fizeram uma carreata pelo centro de Brasília e terminaram a manifestação com uma oração na Rodoviária do Plano Piloto.

O que diz a Sesipe

A Sesipe, vinculada à Secretaria de Segurança Púbica do Distrito Federal (SSP/DF), afirma que tem adotado medidas para evitar a aglomeração de familiares e amigos na entrega de produtos de uso pessoal aos internos. E que o sistema de senha on-line está disponível para agendamento de entrega dos itens aos reeducandos, após higienização dos os produtos.

“Com relação à comunicação entre internos e familiares, a subsecretaria esclarece que, além dos aplicativos de mensagens, a comunicação pode acontecer por meio do site da Sesipe, no link do cadastro de visitantes. Saiba mais: https://is.gd/owOwU9“, diz nota enviada ao Metrópoles.

Uma medida começou a ser tomada, mas falta a entrega: o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) forneceu 40 tablets à Sesipe. Os aparelhos devem ser usados para comunicação entre internos e parentes. A iniciativa integra as tratativas do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da VEP para que o impacto da suspensão de visitas seja menor.

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