Familiares dão adeus a vítima de feminicídio no DF: “Desamparados”
Joana Santana Pereira dos Santos tinha 41 anos e deixou quatro filhos. Marido é o principal suspeito do crime cometido no domingo
atualizado
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Familiares e amigos reuniram-se, na manhã desta terça-feira (22/3), para dar o último adeus a Joana Santana Pereira dos Santos, 41 anos, estrangulada pelo marido, Silvestre Pereira de Araújo, 44, no domingo (20/3), em Arapoanga, em Planaltina. O velório e o sepultamento ocorreram no fim da manhã desta terça-feira (22/3) no Cemitério de Planaltina.
O casal tinha quatro filhos, entre 6 e 17 anos. Jeane Silva, 32, sobrinha de Joana, conta que a família da tia era feliz e muito religiosa. “Nunca poderíamos imaginar uma coisa como essa. Era uma família perfeita, que todo mundo admirava. Minha tia era feliz e muito religiosa, não sabíamos de nada que pudesse estar acontecendo. Agora, a tristeza é maior do que qualquer outro sentimento. Estamos desamparados”, afirma.
Jeane morou com a tia e com Silvestre por um ano, em 2016, e conta que o casal mantinha uma boa relação. “Acho que o Silvestre nem bebia, não usava drogas nem nada. Também nunca percebi comportamento violento”, diz.
Joana e Silvestre estavam casados havia 19 anos. O autor matou-a após discutir com a esposa por causa de uma dívida que ele tinha com agiota – que teria cobrado o homem nesse sábado (19/3).
Uma amiga de Joana, que preferiu não se identificar, revelou ao Metrópoles que a mulher não costumava falar sobre o relacionamento dela. A comerciante era reservada, mas sempre pedia orações para a família dela.
“Não tinha como saber muito da vida dela, porque ela falava pouco. Era reservada. Só sabíamos do amor gigante que ela tinha pelas crianças dela”, comentou.
Após o feminicídio, Silvestre tentou cometer suicídio, mas foi impedido pela Polícia Militar do DF e encaminhado ao Hospital Regional de Planaltina.
Crime
De acordo com os parentes, o homem ligou para um irmão pedindo para ele pegar os seus filhos. Na ocasião, o autor do crime explicou que matou a companheira, estava tentando tirar a própria vida e não queria que presenciassem o ato.
Ao falar com o irmão, Silvestre teria dito que estava devendo muito dinheiro e que havia “feito uma merda muito grande”.
Antes de ir à residência de Silvestre, o familiar decidiu contatar outro irmão. Foi quando os parentes acionaram a Polícia Militar.
Equipes da PM foram até o endereço, arrombaram o portão da casa e se depararam com três crianças dormindo. Elas foram entregues a uma tia, enquanto os militares seguiam com as buscas no imóvel. Apenas um dos irmãos entrou na casa, acompanhado de um policial, para pegar uma bombinha de asma para o filho de Silvestre.
A mulher e o autor estavam desacordados em cima de uma cama, dentro de um quarto trancado. A vítima tinha sinais de esganadura, e o homem apresentava corte no pescoço. A faca usada no crime estava em um móvel próximo à cama.