1 de 1 Enterro de Drielle Ribeiro, vítima de feminicídio no DF
- Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Em um misto de luto e revolta, familiares e amigos de Drielli Ribeiro da Silva se reúnem no cemitério de Taguatinga, onde o corpo da dona de casa é velado e será sepultado, na tarde desta quarta-feira (8/12). Ela foi brutalmente assassinada, com 59 facadas, e teve o corpo abandonado próximo a uma estação de metrô, em Samambaia.
“É revoltante. Uma mulher tão nova, com filho pequeno, ser assassinada desse jeito por um monstro”, lamenta a prima de Drielle, Karine Victoria Oliveira da Silva, 21 anos. A vítima tinha 34 anos e deixa um filho, de 7. O menino acompanhou de perto o velório da mãe e permaneceu a cerimônia inteira próximo ao caixão, inconsolável. “Foi desesperador. A gente pensou que era mentira, mas infelizmente, desta vez, é nossa família que está passando por essa situação”, disse Karine, prima da vítima. “Espero que a justiça seja feita”, completa.
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Corpo de Drielle foi enterrado no cemitério de Taguatinga
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Amigos e familiares se reuniram e compartilharam revolta com a brutalidade
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Enterro aconteceu na tarde desta quarta-feira (8/12)
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Amigos e familiares se reuniram e compartilharam revolta com a brutalidade
Com a voz embargada, sendo amparada por familiares, a mãe de Drielle, Anita Ribeiro da Silva, 57, ficou o tempo inteiro perto do corpo da filha. “É um momento muito doloroso para mim e para minha família. Quero agradecer todo mundo que está aqui”, disse, no momento do sepultamento.
Ana Paula Da Silva Portela, 31, outra prima de Drielle, ainda está em choque com a notícia. “Foi um baque para a gente. A ficha ainda não caiu”, relembra.
Uma colega de Drielli, que pediu para não ser identificada, também acompanhava a cerimônia fúnebre e conta que para a vítima não tinha “tempo ruim”. “Ela era parceira, alegre, tinha um coração gigante. Sempre que alguém precisava, ela pedia ajuda para os colegas”, relembra.
O crime
O Metrópoles apurou que o acusado fugiu do local onde desovou o corpo da vítima, próximo ao metrô de Samambaia, na garupa da moto do irmão.
Segundo apurado pela reportagem, na primeira ocorrência, de pelo menos 10 registradas contra o agressor, Drielle denunciou que a moto dela havia sido queimada por Juvenilton. O caso ocorreu em 30 de dezembro de 2018, por volta das 13h40, na Feira de Samambaia. Ele estava bastante alcoolizado e, assim que viu a mulher, começou a xingá-la.
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Polícia Civil do DF investiga o caso
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Drielle foi encontrada morta, próximo a uma estação de metrô de Samambaia
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Vítima tinha 34 anos
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Mulher foi encontrada com diversas perfurações pelo corpo
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Principal suspeito é o namorado dela
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Drielle deixou um filho
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Drielle Ribeiro foi morta nessa segunda-feira
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PCDF trata o caso como feminicídio
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Juvenilton Aquino Costa, acusado de matar Drielle Ribeiro da Silva
Material cedido ao Metrópoles
Como defesa, Drielle jogou cerveja no rosto de Juvenilton, que correu atrás da ex-companheira com duas garrafas na mão e arremessou uma delas na direção da mulher, mas não a acertou.
Amparada por populares, Drielle foi levada para uma banca de roupas. Mesmo assim, o agressor continuou com os insultos: “Vou te matar, desgraçada”. Em seguida, pegou duas facas e tentou golpeá-la, mas não conseguiu, pois acabou contido.
Ao falhar na tentativa de feminicídio, Juvenilton arrastou a moto de Drielle pelo estacionamento da feira e ateou fogo. Após o fato, a vítima requereu novas medidas protetivas contra o agressor.
Tentativa de atropelamento
Em outra ocorrência, de abril do ano passado, Juvenilton tentou agredir Drielle, que caminhava na direção do portão da casa onde morava o irmão dela. Ao ser impedido pelo pai da vítima, que interveio, o criminoso aguardou alguns minutos, entrou no carro dele e, ao partir, tentou atropelar Drielle, jogando o veículo na direção dela. Ele não conseguiu atingi-la.
Policiais civis foram informados sobre o crime por volta das 8h da última segunda-feira (6/12). O corpo estava ao lado da linha do metrô e apresentava diversos ferimentos causados por arma branca. Quem são as vítimas de feminicídio em 2021 no DF
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Até outubro de 2021, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) registrou 22 feminicídios
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A quantidade de feminicídios subiu 70%
Hugo Barreto/Metrópoles
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8 de janeiro – Isabel Ferreira Alves, 38. Ela foi morta a facadas pelo companheiro dentro da residência em que o casal morava, em Ceilândia
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12 de janeiro – Marley de Barcelos Dias, 54. O ex-companheiro dela pulou o muro da casa e efetuou três disparos contra Marley. Ele fugiu e se matou depois
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19 de janeiro – Letícia Santos de Souza, 22 anos. A jovem foi morta após o ex-namorado descobrir uma traição. Além dela, o homem com quem ela teve um relacionamento foi executado
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31 de janeiro – Zenilda Alves de Sousa, 51. A mulher foi morta com 11 facadas pelo próprio sobrinho, dentro de casa
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13 de fevereiro – Rosileia Pereira Freitas, 36. Ela foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro. Ele foi preso e condenado a 26 anos em regime fechado
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26 de março – Evelyne Ogawa, 38. A radialista manteve um relacionamento com Vinícius Fernando, o autor do crime, por mais de três anos. Ela foi morta enforcada com um fio elétrico
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9 de abril – Tatiane Pereira da Silva, 41. A mulher foi mordida e esfaqueada pelo marido. Ficou três dias internada, mas não resistiu aos ferimentos e morreu
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16 de abril – Gabriela Cardoso de Brito, 35. Ela conversava com uma vizinha quando o ex-companheiro chegou atirando contra as duas. A vítima foi atingida no rosto e no ombro
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24 de abril – Tatiele da Cruz Ferreira, 25. Morta em frente ao restaurante comunitário de Sobradinho II. Ela era ameaçada há um ano por ter testemunhado um homicídio. Deixou 4 filhos
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25 de abril – Karla Roberta Fernandes Pereira, 38. Foi encontrada degolada em um matagal de Santa Maria. O marido dela assumiu a autoria do crime e disse que a motivação foi ciúmes
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9 de maio – Larissa Pereira do Nascimento, 22. A mulher foi agredida por 2 horas, com a utilização de um taco de beisebol.
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22 de maio – Karla Pucci, 47. Assassinada pelo ex a pedradas dentro de uma funerária. O casal se conheceu seis meses antes do crime
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6 de junho – Leidenaura Moreira Rosa da Silva, 37. Morta pelo companheiro com uma facada no pescoço. Ele já tinha condenação anterior por tráfico de drogas
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8 de junho – Fernanda Landim, 33. Atingida a facadas pelo companheiro. O casal tinha uma filha de 3 anos, que ficou sob a guarda da avó materna
Arquivo Pessoal
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17 de junho – Melissa Mazzarello de Carvalho Santos Gomes, 41. A psicóloga foi morta por ciúmes. O autor do crime tinha descoberto uma suposta traição e matou a mulher durante uma briga
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20 de junho – Thaís Campos, 27. A cirurgiã-dentista foi morta com tiros à queima-roupa pelo ex-companheiro. Os dois estavam separados há cerca de 5 meses e tinham uma filha
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3 de julho – Simone Xavier Nogueira, 41. Ela era violentada sexualmente pelo ex-marido, um conhecido traficante da Estrutural. Ele utilizou uma espingarda para cometer o crime
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A vítima, de 21 anos, tinha medidas protetivas de urgência contra o agressor. Ela teve ferimentos na barriga e na mão
Divulgação
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16 de outubro - Milena Cristina Gonçalves, 24. A estudante de direito foi morta por um homem que conheceu na noite anterior, após uma noite de “sexo violento”
Hugo Barreto/Metrópoles
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17 de outubro - Olivia Makoski, 47. A empresária foi assassinada pelo ex-marido, Francisco de Assis Guembitzchi. O autor se matou em seguida
Reprodução/Instagram
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28/10 - Jaqueline Araújo da Silva, 38. A mulher foi morta a facadas por um guardador de carros não identificado
Paul Bradbury/Getty
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31 de outubro - Ana Carolina de Lima Araújo, 21. A jovem foi encontrada morta em um motel com um tiro na cabeça
Reprodução/Facebook
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29 de novembro - Giovanna Laura Santos Peters, 20 anos. Leandro de Araújo Marques, 22, degolou a namorada dentro de casa e escondeu o corpo com pedras
Arquivo Pessoal
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6 de dezembro - Drielle Ribeiro da Silva, 34. Ela era vítima de perseguições pelo ex-companheiro. A mulher morreu com, pelo menos, 59 golpes de faca