Família se despede de mãe e filha mortas atropeladas: “Eram um amor”
Sob clima de tristeza e revolta, eles acompanharam o velório e o sepultamento das vítimas, no Cemitério de Planaltina
atualizado
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Amigos e familiares de Sandra Sousa Freire, 33 anos, e da pequena Heloísa Sousa Freire, de 3, reuniram-se na manhã desta quarta-feira (12/10) para dar o último adeus à mãe e à filha, atropeladas e mortas na manhã dessa segunda-feira (10/10), na Avenida Independência, em Planaltina. Sob clima de tristeza e revolta, eles acompanharam o velório e o sepultamento das vítimas, no Cemitério de Planaltina.
Sandra e a filha foram atingidas por uma moto que estava a 150km/h. Segundo testemunhas, o veículo parou a 300 metros de onde ocorreu a colisão.
O atropelamento ocorreu por volta das 10h40, momento em que as vítimas atravessavam a faixa de pedestre, em frente ao Atacadão Dia a Dia. A mãe era balconista de estabelecimento comercial e deixa outra filha, de 14 anos.
Emocionados, conhecidos de Sandra e de Heloísa deixaram flores sobre o caixão, cantaram e rezaram pelas duas. Agora, cobram justiça.
“Minha sobrinha era um amor. Uma pessoa maravilhosa. Batalhou tanto na vida para um covarde assassino matá-la dessa forma. Um cara daquele não deveria estar em liberdade para colocar outras vidas em risco. Nós vimos que o motociclista já se envolveu em outros acidentes por irresponsabilidade. Agora, matou duas pessoas inocentes. Será que vão deixar ele fazer isso de novo? Vão permitir que ele destrua outra família? Queremos Justiça”, declarou Antônio José, 63, tio de Sandra.
Em lágrimas, Márcia Freire, 42 anos, cunhada de Sandra e tia de Heloísa, disse ao Metrópoles que o sentimento é de tristeza por terem perdido pessoas amadas e de indignação pela imprudência e brutalidade com a qual a morte das familiares ocorreu
“Minha cunhada era uma das melhores pessoas que eu já conheci e minha sobrinha era a criança mais doce e feliz. Nunca as vi tristes, apesar das dificuldades. É inacreditável o que aconteceu. O que queremos agora é Justiça. É o mínimo que exigimos, pois minha cunhada e minha sobrinha não voltam mais”, disse Márcia.
Motociclista tem histórico de acidentes
O motociclista João Batista Siqueira, 36 anos, se envolveu em pelo menos três acidentes de trânsito antes da última tragédia. No caso mais recente, ocorrido na última quarta-feira (5/10), o condutor destruiu um carro em uma das vias da região administrativa onde provocou a tragédia.
A ocorrência do dia 5 foi registrada na Polícia Civil mas, por sorte, não deixou outras vítimas, apenas danos materiais. Já em 3 de julho de 2017, João Batista voltou a se envolver em acidente. Naquela ocasião, ele perdeu o controle da motocicleta e atingiu a traseira de uma caminhonete. No momento, o motociclista transportava uma mulher na garupa. Ambos sofreram ferimentos leves, apesar de terem caído no meio do Eixão Norte.
Na delegacia, João Batista relatou que a caminhonete trocou de faixa e voltou se forma abrupta, o que fez com que ele atingisse a traseira do veículo. Ele e a mulher foram levados para o Hospital de Base e liberados em seguida. Com a colisão, o condutor sofreu um derrame na perna direita.
Em 28 de julho de 2012, João Batista bateu com a moto contra uma bicicleta onde estavam dois irmãos, na rodovia DF-230, também em Planaltina. As duas vítimas sofreram ferimentos leves e forma levadas para o Hospital Regional de Sobradinho. O motociclista não se feriu.
Aos policiais, João Batista disse que passava por uma lombada quando avistou a bicicleta e tentou reduzir a velocidade, mas a moto derrapou e não teria dado tempo de desviar.
No recente atropelamento que custou a vida de uma mãe é sua filha, João Batista foi autuado por homicídio com dolo eventual, pois ele teria assumido o risco de matar, segundo o entendimento das investigações da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina).
Nessa terça-feira (11/10), João passou por audiência de custódia e, por determinação judicial, seguirá preso enquanto responde as às acusações